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Rabello espera que BNDES capte R$ 5 bi no exterior em 2018

Para presidente do banco, recursos estão mais baratos lá fora; ele critica ‘incompetência’ doPaís em fazer reformas

Por Vinicius Neder e Roberta Pennafort
Atualização:

RIO - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderá captar R$ 5 bilhões no exterior em 2018. A estimativa foi feita nesta quarta-feira, 8, pelo presidente da instituição de fomento, Paulo Rabello de Castro. Para o executivo, emissões no exterior são um caminho porque recursos baratos lá fora seguirão mais atraentes que o mercado interno.

“O dinheiro mais barato do mundo hoje está fora do Brasil. Só preciso arrumar um pouco mais a visibilidade internacional do banco, tendo em vista que, a meu ver, considero que o risco de crédito do banco, isolado e individualmente, é melhor do que o da República, porque a gente tem a mesma condição de liquidez e tem menos problemas”, afirmou Rabello, após participar do Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex 2017), no Rio de Janeiro.

Paulo Rabello de Castro, presidente do BNDES Foto: Felipe Rau/Estadão

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Em maio, antes de as denúncias contra o presidente Michel Temer serem reveladas, o BNDES captou US$ 1 bilhão em títulos de sete anos com “apelo verde”, voltados a investimentos em projetos ecologicamente e socialmente limpos. A demanda pelos papéis alcançou US$ 5 bilhões. Foi a primeira emissão do banco após três anos fora do mercado externo.

Questionado quando ocorreriam novas captações, Rabello disse que o BNDES não tem pressa, porque “estamos confortáveis com o caixa”. “Em 2018, certamente.”

Antes, em discurso na abertura do Enaex 2017, Rabello criticou a “incompetência” do Brasil para fazer reformas. “Tempo esgotado para a nossa incompetência para fazer as reformas tributária e da Previdência, mal (fazer) uma reforma trabalhista e, principalmente, tempo esgotado para a nossa incapacidade de fazer o custo do sistema da máquina pública caber no PIB dos brasileiros.”

O executivo cobrou também a correção de erros da política econômica recente. “Precisamos assumir o que não fazemos certo e partir para o conserto. Espero que o Brasil sobre para nós. O Brasil é melhor do que as nossas neuroses coletivas.”

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