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Recordes negativos na indústria da construção

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Por Redação
Atualização:

A Sondagem Indústria da Construção da Confederação Nacional da Indústria (CNI), de abril, e a Sondagem da Construção do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre-FGV), de maio, mostram as dimensões da crise que avança no setor, alcançando tanto empresas que atuam no mercado residencial como nos segmentos de obras comerciais e de infraestrutura. A deterioração segue em ritmo forte e, em alguns casos, as pesquisas mostram recordes de baixa.No levantamento da CNI, por exemplo, o índice de nível de atividade efetivo em relação ao usual chegou a 29,4 pontos, muito abaixo dos 50 pontos que separam o campo positivo do campo negativo. A intenção de investimento chegou a 29,3 pontos, também o menor valor da série.Na pesquisa do Ibre-FGV, na qual a linha que separa o nível positivo do negativo é de 100 pontos, o Índice de Confiança da Construção (ICST) atingiu 72,9 pontos, o menor da série iniciada em 2010. E o Índice de Situação Atual (ISA) também atingiu o recorde de baixa, aos 59,4 pontos.O pessimismo que domina o setor da construção já era explicável, entre outros fatores, pela queda da demanda e pelo impacto da Operação Lava Jato sobre empresas que atuam na Petrobrás ou em obras públicas. Mas a isso se acrescenta a percepção de falta de crédito: entre maio de 2014 e este mês, a proporção de empresas que atuam em edificações e apontam dificuldade para tomar empréstimos passou de 10,2% para 39,7%; e nas que atuam com infraestrutura foi pior - de 7% para 44,9%.A coordenadora de projetos da construção do Ibre-FGV, Ana Maria Castelo, notou que não são só as famílias que sofrem com a elevação das taxas de juros. "As empresas também estão reportando aumento da dificuldade de acesso ao crédito a cada sondagem, o que afeta diretamente as possibilidades de recuperação do setor", observa ela.Acentua-se o pessimismo das grandes empresas, segundo a CNI, tanto com relação ao nível de atividade atual, à atividade em relação à usual e ao número de empregados quanto no que tange às expectativas. A intenção de investir das grandes empresas, por exemplo, recuou 40%: de 45,7 pontos em maio de 2014 para apenas 27,4 pontos, agora. A retomada do setor passa não só pela redução do compulsório sobre as cadernetas para elevar os empréstimos habitacionais, mas pela volta da confiança das famílias.

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