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'PIB pode chegar a 3,7% nos próximos anos', diz Meirelles

Durante abertura do prêmio Empresas Mais, realizado pelo Grupo Estado, o ministro também voltou a defender a reforma da Previdência e disse que 'recuperação é nítida e está se acentuando'

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Por Redação
Atualização:

Ainda na defesa das reformas estruturais, como a da Previdência e as microeconômicas, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que o Produto Interno Bruto (PIB) potencial do Brasil pode chegar a 3,7% nos próximos anos caso essas mudanças sejam realizadas. O ministro participou na manhã desta quinta-feira, 14, do prêmio Empresas Mais, organizado pelo Estadão.

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Hoje, segundo ele, o PIB potencial aponta para um crescimento de 2%. Meirelles afirmou que a estimativa de PIB potencial de 3,7% com as reformas é conservador e que, num cenário otimista, esse crescimento pode chegar a 4,5%. Se o Brasil entrar num ciclo virtuoso, com as reformas, numa hipótese otimista, PIB potencial pode chegar a 4,3%, 4,5%."

Segundo ele, as reformas microeconômicas vão ajudar a aumentar a produtividade. "O importante é que esse ciclo de crescimento seja longo e de menor volatilidade", disse.

O Ministro da Fazenda Henrique Meirelles, durante evento Estadão Empresa Mais Foto: Felipe Rau/Estadão

Previdência. Sobre os gastos do governo, o ministro da Fazenda afirmou que as despesas com benefícios previdenciários vai corresponder a 80% do orçamento caso não haja mudanças nas regras da Previdência. Hoje, somente essa despesa representa cerca de 50% das contas do governo. "Sobe a um ponto de 80% do Orçamento, em que o Estado não vai ter como funcionar", alerta.

Em termos de proporções do PIB, os gastos do governo vão alcançar 25% do PIB em 2026, ultrapassando o Teto de Gastos, caso a reforma não seja realizada, diz Meirelles. Por outro lado, se for aprovada, as despesas caem a 15% do PIB no mesmo ano, dos 20% que ocupam do PIB atualmente.

Ele voltou a dizer que o único País que tem idade média de aposentadoria menor que a do Brasil, que é de cerca de 59 anos, é Luxemburgo. E que até mesmo o México, país com situação econômica similar à brasileira, tem idade média de aposentadoria de 71 anos.

O ministro também ressaltou que o Brasil tem gasto com Previdência em relação ao PIB maior que a do Japão, que tem grande parcela da população idosa. 

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Como vem fazendo cotidianamente, Meirelles frisou sua expectativa de que a reforma da Previdência seja votada em outubro, fazendo coro ao discurso do presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

"Tenho tido diálogo bastante produtivo com líderes do Legislativo e minha expectativa é que, sim, a reforma será aprovada, como foi aprovada a reforma trabalhista", declarou o ministro.

Recuperação. Meirelles também reforçou que a recuperação da economia é nítida e está se acentuando. Ele citou diversas medidas econômicos que indicam esse processo durante seu discurso.

Meirelles também voltou a afirmar que, segundo as projeções do governo, o Brasil deve crescer 2,7% no quarto trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto ante o terceiro trimestre o País deve crescer 3,2% em termos anualizados.

"Significa que estaremos entrando em 2018 com 3,2% de alta do PIB, indicando um crescimento forte. Tivemos uma queda de PIB de 3,6% no ano passado, então um crescimento de 3,2% é bem substancial."

Segundo ele, o consumo de bens duráveis, assim como o investimento em bens duráveis já começou a subir depois de um longo período de queda. "Investimento no setor imobiliário é o que está mais problemático."

Meirelles também afirmou a melhora em alguns setores industriais, como o têxtil, o de metalurgia e o automobilístico.

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Além disso, o ministro citou a recuperação do setor de crédito. "O nível de endividamento das empresas aparentemente se estabilizou e já há sinalização de que estão tomando crédito."

Ele também celebrou o início do processo de recuperação do emprego. "Há medidas que mostram que está caindo o desemprego. A tendência é de que siga essa trajetória de queda. Isso é muito importante por questões de consumo. Já estamos vendo nessa área um melhor desempenho, apesar do desemprego ser uma questão defasada."

O ministro também voltou a creditar a frustração com a arrecadação aos últimos anos de recessão e à queda da inflação. "A inflação está abaixo da meta dois pontos, o que facilita a recuperação da economia, retoma o poder de compra e dá espaço para o Banco Central na política monetária, mas tem a parte negativa, pois afeta a questão fiscal de curto prazo."

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