PUBLICIDADE

Publicidade

Reforma da Previdência pode mudar cenário para a Bolsa

Nas últimas três a quatro semanas, tem sido observado um movimento de fuga de recursos estrangeiros do mercado de renda variável brasileiro; entre os fatores citados para isso, está o receio de que o ajuste fiscal não se concretize

Por Karin Sato
Atualização:

O Índice Bovespa já acumula queda de 6% nos últimos 30 dias e uma dúvida paira entre analistas do mercado: o cenário macroeconômico interno vai jogar a favor ou contra a bolsa de valores? Nas últimas três a quatro semanas, tem sido observado um movimento de fuga de recursos estrangeiros do mercado de renda variável brasileiro. Entre os fatores citados para isso, está o receio de que o ajuste fiscal não se concretize. Entre 18 de outubro e 08 de novembro, os investidores externos fizeram retiradas líquidas em 12 de 15 pregões. Apenas em novembro, já saiu um montante de R$ 1,762 bilhão de dinheiro de investidores do exterior - quase o total de saídas observadas no mês passado, R$ 1,834 bilhão.

PUBLICIDADE

Profissionais consultados explicaram que uma das principais variáveis é a reforma da Previdência. Ignacio Crespo, economista da Guide, diz que o avanço da Proposta de Emenda Constitucional na Câmara dos Deputados parece mais desafiador do que no Senado. Portanto, um avanço nesta primeira Casa, ainda em 2017, seria vitória importante para o governo.

“Após a recente ‘desidratação’ do projeto, parece-nos que, caso se mantenha a idade mínima (65 para homens e 62 para mulheres), com transição em 20 anos, e a unificação das regras dos servidores públicos com os da iniciativa privada, o governo terá alcançado uma grande vitória. Isso será, sem dúvidas, algo que contribuirá para impulsionar os mercados locais nos próximos meses. Mais: considerando que a economia continuará a se recuperar, uma chapa/coligação que pretenda dar continuidade às reformas recentes tende a ganhar força, alimentando esta melhora dos mercados locais”, avalia Crespo.

O analista Vitor Suzaki, da Lerosa Investimentos, opina que a reforma, se aprovada, trará efeito positivo para a bolsa de valores, ainda que o porcentual de impacto fiscal fique um pouco abaixo de 50% da proposta original, pois, em sua avaliação, os preços atuais vistos das ações não contemplam uma aprovação.

Falando agora sobre as carteiras de ações, a Petrobras divulga balanço na próxima segunda-feira (13) e teve, nesta semana, a indicação da Magliano. Os analistas da casa explicaram que esperam que os resultados financeiros tragam surpresas positivas, frutos das medidas adotadas pela atual gestão. Com isso, a Petrobras passou a integrar um total de cinco portfólios: da Coinvalores, da Guide Investimentos, do Santander e da XP Investimentos, além da Magliano.

Os analistas da Magliano incluíram também na carteira a Positivo Tecnologia, com a perspectiva de retomada de crescimento nas vendas de importantes segmentos da empresa e custos enxutos.

O time da XP, por sua vez, indicou EcoRodovias, que reportou resultado forte no terceiro trimestre deste ano, com recuperação mais rápida do que a esperada no tráfego, em conjunto com uma estrutura de capital saudável.

Publicidade

Mais uma ação que entrou na carteira da XP foi Lojas Americanas. “Mesmo após reportar números medianos no terceiro trimestre deste ano e ligeiramente abaixo do esperado, ainda enxergamos assimetria no preço de Lojas Americanas. Além de negociar a desconto relevante em relação aos principais pares no Brasil, não vemos mudança significativa nos fundamentos que justifiquem a queda acumulada nos últimos dias”, justificam os analistas da corretora.

. Foto: Estadão
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.