Publicidade

Rendimento com aluguel volta a ser atraente

Segundo presidente do Creci-SP, renda mensal obtida com locação está hoje em 1% do valor do imóvel

Por Altair Silva
Atualização:

A compra de um imóvel com o objetivo de diversificação de patrimônio pode ser uma boa opção de investimento, mas é preciso tomar bastante cuidado, avisam os especialistas. De acordo com José Augusto Viana Neto, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP), atualmente, o aluguel de uma casa ou apartamento corresponde, em média, a 1% do valor do imóvel, ante 0,5% algum tempo atrás. Em salas comerciais, por sua vez, o retorno pode ser um pouco maior. Considerando que as aplicações financeiras mais conservadoras têm rendimento abaixo de 1%, a incursão no mercado imobiliário acena com possibilidades interessantes de ganho. Mas, da mesma forma que os investimentos com perspectivas de ganho mais atraente envolvem risco, a aquisição de um imóvel com o objetivo de obter uma renda mensal também pode levar o investidor a perder algum dinheiro no curto prazo. Isso ocorre mais freqüentemente nos casos em que se demora para encontrar um interessado na locação. Além de não receber nada enquanto o imóvel estiver desocupado, o proprietário terá de arcar com despesas como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e a taxa de condomínio - ou outras que possam surgir no decorrer do tempo. No caso de imóveis residenciais, essas despesas tendem a ser ainda maiores se o prédio de apartamento possuir, por exemplo, piscina, academia ou sauna, pois os custos para manter esses serviços são rateados e lançados na taxa condominial. Além dos desembolsos, outro efeito da demora em alugar o imóvel é que o proprietário perde a oportunidade de ganhos com aplicações tradicionais. No entanto, tomada a decisão de adquirir um imóvel para renda, a melhor opção dependerá se a escolha recair sobre uma sala comercial, uma casa ou um apartamento. No caso de uma sala comercial, o mais indicado é procurar imóveis novos, em lançamento ou fase de construção. "Embora o preço seja mais alto do que um usado, a vantagem é que esses prédios incorporam conceitos atuais, como, por exemplo, o compartilhamento do espaço com shoppings centers ou hotéis, aumentando sua atratividade para locação", observa Mauricio Eugênio, da Eugênio Comunicação, empresa especializada em marketing imobiliário. Mas, se a escolha for por uma casa ou apartamento, o presidente do Creci avalia que a escolha deve ser por um imóvel usado. "Em alguns casos, o preço chega a ser 50% mais baixo (do que um novo)", compara. O presidente do Creci também sugere que seja dada preferência para prédios mais simples, sem piscina e áreas para lazer sofisticadas, que elevam o valor da taxa condominial e acabam por afastar quem está interessado em alugar. Há ainda a opção por comprar um imóvel residencial na planta para revender depois de pronto. "A rentabilidade aí oscila entre 15% e 20%", calcula Eugênio. Ele observa, porém, que esse tipo de ganho é mais comum nos casos de apartamentos com preços mais elevados, com área entre 140 e 200 metros quadrados. "O investidor percebe que haverá uma demanda por aquele tipo de empreendimento e sai na frente", aconselha o especialista. Para imóveis residenciais com preço mais baixo, o caminho mais indicado para quem quer ganhar dinheiro continua sendo o mercado de usados, pois as condições de negociação geralmente são bem melhores do que no caso de empreendimentos recém-lançados. "Os imóveis novos são vendidos por empresas, que tabelam o preço de acordo com seus custos e perspectiva de retorno", lembra o presidente do Creci. "No mercado de usados, as chances de encontrar um bom negócio são maiores." PROPAGANDA Viana Neto salienta que até mesmo a publicidade feita pelas empresas acaba entrando na formação do preço de um imóvel novo. No caso de um usado, quem está vendendo pode ter tomado a decisão por diversas razões e, de acordo com a urgência que tem para fechar o negócio, o preço deixa de ser a principal preocupação. "Tanto pode ser um inventário quanto a necessidade de fazer caixa", afirma o presidente do Creci. Independentemente se o interessado está comprando para renda ou venda futura, o principal cuidado que deve ser tomado quando a aquisição é feita de outra pessoa física diz respeito à documentação. Para tanto, antes de dar qualquer valor em parte de pagamento ou mesmo assinar um documento, é importante buscar assessoria de um profissional de confiança da área. No caso dos imóveis novos, como geralmente são comercializados por empresas, a dica de Eugênio é avaliar a tradição e o histórico da companhia no mercado. FRASES José Augusto Viana Neto Presidente do Creci-SP "Os imóveis novos são vendidos por empresas, que tabelam o preço de acordo com seus custos e perspectiva de retorno. No mercado de usados, as chances de encontrar um bom negócio são maiores" "Em alguns casos, o preço de um usado chega a ser 50% mais baixo do que um novo"

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.