A recuperação de 0,4 ponto porcentual no nível de armazenamento do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, no final de semana, não foi suficiente para evitar que os reservatórios ficassem abaixo da curva de aversão ao risco (CAR), referência do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para o volume mínimo de água nas hidrelétricas para abastecer o mercado com segurança. Veja também: Os níveis dos reservatórios No domingo, 20, o volume disponível nas hidrelétricas das duas regiões era de 45,2%, 1,8 ponto porcentual abaixo da CAR de 47%, segundo o Informativo Preliminar Diário da Operação do dia 20 de janeiro, divulgado nesta segunda pelo operador. Na última sexta-feira, o ONS divulgou comunicado ressaltando que a situação atual dos reservatórios, ainda que demande atenção, não sinaliza a perspectiva de um novo "apagão" no curto prazo. "A violação da CAR não deve ser vista como uma situação de emergência, nem de restrição à segurança do abastecimento de energia", afirmou a entidade. Vale lembrar que a CAR é um mecanismo de referência do operador, cujo objetivo é estabelecer um nível mínimo de água nos reservatórios para que o sistema elétrico não tenha problemas durante o período seco (sem chuvas), entre abril e novembro de cada ano. Na situação atual, o ONS terá que se utilizar de todas as fontes de energia disponíveis, a despeito do preço, para evitar uma queda ainda maior dos reservatórios. No Nordeste, os reservatórios registraram ligeira recuperação de 0,1 ponto porcentual, para 27,2% neste final de semana. Com isso, subiu para 17,2 pontos porcentuais a diferença para a CAR, que ontem este em 10%. No Norte, o volume de água disponível foi de 29,6% da capacidade total. No Sul, o nível de armazenamento caiu 0,1 ponto porcentual no final de semana, de 68,5%, no dia 18 de janeiro, para 68,4%, em 20 de janeiro. Apesar disso, a variação em relação a CAR subiu de 48,8 pontos porcentuais para 49 pontos porcentuais. Segundo o informativo, o Sudeste exportou no domingo 1,551 mil MW médios para o Nordeste, que também recebeu 375 MW médios do Norte. O Sul também recebeu 463 MW médios do Sudeste. A produção de Itaipu foi de 10,228 mil MW médios. A oferta hidrelétrica foi de 27,623 mil MW médios, 758 MW médios acima do programado pelo ONS. A produção térmica foi de 6,559 mil MW médios, dos quais 1,858 mil MW médios de Angra I e II e 4,701 mil MW médios de fontes convencionais (como gás natural e óleo combustível). O volume gerado pelas térmicas convencionais ficou 633 MW médios abaixo do previsto pelo operador, por dificuldades no suprimento de gás e devido a problemas técnicos. A carga apurada pelo ONS no Sistema Interligado Nacional (SIN) foi de 44,418 mil MW médios.