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Restrição à carne brasileira visa forçar abertura para produtos russos, diz fonte

Veto à compra de carne bovina estaria ligado às negociações envolvendo pescado, trigo e também carne bovina da Rússia

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RIBEIRÃO PRETO - O governo brasileiro trata a restrição parcial de importação de carne bovina pela Rússia, anunciada neste sábado, 4, como parte da "áspera negociação comercial" de produtos agropecuários entre os dois países.

Segundo fonte do Ministério da Agricultura que participa das negociações, suspensões de compra de carnes do Brasil são formas corriqueiras de forçar o País a abrir o mercado local para produtos russos.

O veto parcial à compra de carne bovina nesse caso está ligado às negociações para a liberação do mercado brasileiro para pescado Foto: J Scott Applewhite/AP

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"Eles são muito difíceis, não gostam de discutir na base técnica. O problema é que são bons compradores", informou a fonte.

O veto parcial à compra de carne bovina nesse caso está ligado às negociações para a liberação do mercado brasileiro para pescado, trigo e também carne bovina para a Rússia.

No caso do pescado, o Brasil já autorizou três plantas industriais russas a exportarem e uma de bovinos. Já para o trigo, a Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex) deve avaliar na próxima quarta-feira, 8, a liberação de uma cota de importação do grão de 750 mil toneladas da Rússia, apesar de a indústria brasileira temer a entrada de pragas oriundas daquele país.

Segundo a fonte do Ministério da Agricultura, para ampliar o mercado de pescados com a Rússia, o Brasil fez novas exigências sanitárias em um questionário oficial, mas os russos não responderam. "Se fosse o contrário, jamais teríamos exportado pescado para lá".

Já na ampliação de compra de carnes russa, focos de aftosa naquele país são limitadores. "Se os casos fossem aqui, o mercado (russo) estaria fechado", relatou. "No trigo, querem que flexibilizemos a entrada de pragas no trigo deles aqui. Mas isso eu só faço no limite da segurança", concluiu.

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