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Riscos de dívida pública ir a 70% do PIB são 'grandemente reduzidos', diz Fazenda

Pasta divulgou nota técnica para defender o cenário oficial para a trajetória da dívida pública após revisão de perspectiva de nota de crédito pela S&P

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Por Redação
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O Ministério da Fazenda informou nesta quarta-feira, 29, que os riscos da dívida pública ir para patamares próximos a 70% do Produto Interno Bruto (PIB) são "grandemente reduzidos", mesmo que o crescimento econômico seja modesto. Um dia após a agência de classificação de risco Standard & Poor's sinalizar que pode tirar o grau de investimento do País, o Ministério da Fazenda divulgou uma nota técnica para defender o cenário oficial para a trajetória da dívida pública, que não convenceu o mercado e especialistas.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tenta convencer investidores sobre a credibilidade do esforço fiscal do governo Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Nele, o governo passou a prever que a relação dívida bruta/PIB - importante indicador monitorado pelas agências de classificação de risco - fechará este ano a 64,7%, indo a 66,4% em 2016 e 66,3% em 2017. Para 2018, essa relação iria a 65,6%. No mercado, as contas chegam a ser superiores a 70%. Na nota técnica, o ministério cita três cenários de bancos diferentes (sem nominá-los) que baseiam-se em parâmetros de crescimento, juros, câmbio e do superávit primário mais desfavoráveis do que usados pelo governo. De modo geral, traz a nota, que as diferentes projeções mostram a importância de a meta da economia para pagamento de juros da dívida se recuperar. "Com essa estratégia, os riscos da dívida pública divergir para patamares próximos a 70% do PIB são grandemente reduzidos, mesmo que o crescimento do PIB revele-se modesto". No estudo, o ministério também conclui que as estimativas sugerem também que resultados primários próximos ou acima de 2% do PIB podem levar a dívida/PIB do país na direção de 60% "em cenários de crescimento do PIB moderado" e, para abaixo desse patamar, na medida em que o crescimento econômico se acelerar. "Nesses cenários o endividamento público do Brasil retoma com mais presteza uma trajetória favorável à queda dos juros de longo prazo, à ampliação do investimento e ao aumento do emprego e da renda do trabalho", conclui a nota. Em recente entrevista à Reuters, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, já havia argumentado que o governo leva em consideração diversas variáveis para calcular a relação da dívida com o PIB, como o impacto das operações de swaps cambiais (contratos de venda de dólares no mercado futuro) no pagamento de juros líquidos. Na nota técnica, o Ministério da Fazenda argumentou que "o uso de aproximações analíticas para a evolução da dívida pode produzir resultados que, ainda que sugestivos, podem não capturar a real dinâmica dessa dívida". Na semana passada, o governo reduziu as metas de superávit primário para este e os próximos anos, gerando uma forte reação negativa entre os agentes econômicos. (Por Patrícia Duarte).

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