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Ronaldinho perde contrato de R$ 1,5 mi

Coca-Cola cita 'fatos recentes' e encerra parceria com o jogador, que deixou o Flamengo em junho

Foto do author Fernando Scheller
Por Fernando Scheller e Marina Gazzoni
Atualização:

A Coca-Cola decidiu cancelar o contrato de patrocínio que renderia R$ 1,5 milhão por ano ao jogador Ronaldinho Gaúcho, que deixou o Flamengo em rescisão nada amistosa no mês passado, em direção ao Atlético Mineiro. A intenção do clube carioca era reeditar a bem-sucedida máquina de marketing que rendeu frutos com outro Ronaldo, o Fenômeno, que transferiu-se da Europa para o Corinthians no fim de sua carreira.

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No caso de Ronaldinho Gaúcho, a parceria com a gigante mundial de bebidas, que deveria durar até a Copa de 2014, foi interrompida menos de um ano após a assinatura do contrato, firmado em novembro de 2011. No último mês, além de deixar o Flamengo, o time de maior torcida no País, abrindo um processo de R$ 40 milhões contra o clube, o jogador apareceu na coletiva de apresentação ao Atlético Mineiro dando entrevistas rodeado por latas de Pepsi, a principal rival da Coca-Cola em nível mundial.

Segundo apurou o Estado, Ronaldinho só deixará de ganhar com a rescisão do contrato com a Coca-Cola, feito por iniciativa da fabricante de refrigerantes. O fim da parceria não incidiria pagamento de multa.

Em curto comunicado, a Coca-Cola credita o fim da parceria com o jogador a "fatos recentes", mas não dá detalhes: "A Coca-Cola Brasil reconhece a trajetória e o valor do jogador Ronaldinho Gaúcho. No entanto, alguns fatos recentes tornaram impossível a continuidade da parceria entre o jogador e a empresa determinando, assim, o término da relação contratual que existia com o profissional."

A imagem de Ronaldinho Gaúcho pode ter ficado pesada demais para a Coca-Cola, que mundialmente tenta associar sua marca ao conceito de felicidade. Após início promissor, o desempenho do craque pelo Flamengo começou a cair - pouco antes de sua saída, a maioria da torcida já queria que ele deixasse o clube. Além disso, a ida para o Atlético Mineiro representa uma exposição menor na mídia. A aparição com as latas de Pepsi teria sido a justificativa que faltava.

"O fato de o jogador aparecer com uma lata de Pepsi foi a gota d'água para a Coca-Cola, mas certamente não foi o único motivo da rescisão", diz o chefe do departamento de marketing da ESPM, Marcelo Pontes. "O atleta não despontou como craque e seu nome aparece mais associado a notícias negativas. O patrocínio virou mico."

Muitas empresas colocam cláusulas no contrato de patrocínio contra a associação do nome do atleta a marcas rivais, afirma Pontes. Para ele, a tendência é que as empresas busquem maior proteção jurídica na questão.

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A Coca-Cola não foi a única a empresa a voltar atrás em contratos com Ronaldinho Gaúcho. A agência Traffic, parceria do Flamengo na volta do jogador ao Brasil, em troca do direito de negociar contratos publicitários, desistiu do negócio em fevereiro. O fracasso fez a agência abandonar o projeto de trazer jogadores famosos ao País para lucrar com publicidade.

Procurado, Roberto Assis Moreira, irmão e empresário do jogador, não deu retorno aos telefonemas da reportagem.

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