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Saques nas cadernetas são sazonais

Recursos de quase R$ 5 bilhões foram retirados pelas famílias das cadernetas de poupança do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) em janeiro

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Por Redação
Atualização:

Recursos de quase R$ 5 bilhões foram retirados pelas famílias das cadernetas de poupança do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) em janeiro. É um fenômeno sazonal. Os saques se destinam a pagar as despesas que se acumulam nesta época, relativas à educação, ao IPVA e ao IPTU, além dos gastos com férias e quitação da fatura do cartão de crédito carregado com as compras do Natal.

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Não se pode, portanto, considerar que as retiradas foram extraordinárias. Ao contrário, em janeiro de 2018 elas foram inferiores às de janeiro de 2017, quando os saques líquidos atingiram R$ 8,7 bilhões, e de janeiro de 2016, com saques de R$ 9,5 bilhões. A redução do volume de retiradas deve ser atribuída à melhora da economia, que propiciou alguma recomposição real das rendas pessoais e maior equilíbrio dos orçamentos domésticos.

Com os números de janeiro, registrou-se um declínio de quase R$ 2,7 bilhões dos saldos das cadernetas do SBPE, que caíram de R$ 563,74 bilhões em dezembro para R$ 561,06 bilhões no mês passado. O volume de saques foi elevado, mas não o bastante para afetar a oferta de empréstimos imobiliários dos bancos privados. Não é, portanto, motivo plausível para atrasar a comercialização de imóveis que dependem de crédito para serem negociados.

As aplicações em contas de poupança foram muito prejudicadas pela recessão. Os saques líquidos no SBPE atingiram R$ 81,3 bilhões no biênio 2015/2016 e só esboçaram uma reação forte a partir de junho de 2017, ano em que os depósitos líquidos foram de R$ 14,8 bilhões. É possível que, em 2018, o crescimento dos depósitos seja visível mais cedo do que em 2017, na medida da evolução do emprego e da renda dos trabalhadores.

Embora a rentabilidade da poupança se limite a menos de 0,4% ao mês, ela se tornou mais competitiva em relação a outras aplicações de curto prazo, dada a queda da taxa Selic.

Essa competitividade é importante quando se sabe que quase dois terços das aplicações em poupança estão nas mãos de 4,9 milhões de investidores, ou 3,2% dos 149,5 milhões de aplicadores. Os investidores não só detêm a maior parte dos depósitos, como muitos são considerados qualificados, com aplicações superiores a R$ 300 mil. Como os recursos das cadernetas são uma fonte barata de crédito à moradia, será melhor que permaneçam onde estão.

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