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Sem reforma, conta do ajuste sobe para R$ 360 bilhões

Para conter dívida bruta, País precisa fazer superávit primário de 6% do PIB nos próximos três anos e economizar cinco vezes mais que o previsto de 2015

Por Alexa Salomão
Atualização:

Em 2015, quando o governo assumiu que precisava conter gastos, anunciou que a meta, naquele ano, era cortar R$ 70 bilhões e fazer um superávit primário (economia para pagar o juros da dívida) equivalente a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Essa era uma proposta razoável para dar conta de uma dívida de 57% do PIB. A história que se viu, porém, foi bem diferente. A crise se transformou na maior recessão da história do País. A arrecadação caiu, mas as despesas não param de subir. As metas de superávit viraram previsões de déficits. Em meio à deterioração, veio a constatação: “Faça chuva ou sol, o gasto cresce a uma taxa maior do que a da receita. Só é possível resolver o problema com uma reforma estrutural que mude a regra do gasto”, diz o economista José Luis Oreiro, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Essa reforma estrutural deve recair sobre itens sensíveis do Orçamento: Previdência, Saúde, Educação, gastos sociais em geral. Seus benefícios levariam alguns anos para se materializarem, mas a simples perspectiva de mudança teria o efeito imediato de recuperar a confiança em relação à saúde financeira do Estado brasileiro. A reforma, porém, depende de consenso político, votação no Congresso e apoio popular – tudo que o governo não dispõe. “A paralisia que tomou conta do ambiente político, por causa das últimas denúncias, complica o cenário”, diz o economista Mansueto Almeida. Pelas contas de Almeida, como algumas instituições já projetam que a dívida bruta pode ir a 90% do PIB em 2018, apenas para conter a sua alta, o País vai precisar fazer nos próximos três anos um superávit primário de 6% do PIB. Terá de economizar R$ 360 bilhões – cinco vezes mais que o previsto em 2015.

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