Atualizado às 21h30
A agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) resolveu manter a nota de crédito do Brasil dentro do patamar considerado “grau de investimento” - ou seja, manteve o selo de “bom pagador” do País. A notícia foi recebida com grande alívio dentro do governo, que avaliou que a decisão da agência mostrou um voto de confiança no plano de ajuste fiscal proposto pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
A S&P manteve a nota do Brasil em BBB-, a mais baixa dentro do patamar de grau de investimento, e com perspectiva estável. Se tivesse baixado o rating, o País entraria no patamar de grau especulativo, o que traria diversas implicações negativas - o acesso ao crédito no mercado internacional, por exemplo, ficaria mais difícil e mais caro. Nas outras grandes agências de rating, a Fitch e a Moody’s, o Brasil está no segundo patamar mais baixo do grau de investimento. Ou seja, pode ser rebaixado em um nível e ainda manter o selo de bom pagador.
A S&P informou que a manutenção da nota brasileira reflete a expectativa de que o ajuste fiscal em curso terá apoio da presidente Dilma Rousseff e do Congresso Nacional, apesar do cenário político e econômico desafiador. “A perspectiva estável reflete a nossa expectativa de que a correção em andamento continuará a atrair o apoio da presidente Dilma Rousseff e, finalmente, do Congresso, que gradualmente irá restaurar a credibilidade política perdida, abrindo o caminho para perspectivas de crescimento mais forte em 2016 e nos anos seguintes”, disse, em nota.
Para os analistas da S&P, apesar das dificuldades enfrentadas pelo governo, as sinalizações de política econômica neste segundo mandato da presidente Dilma mudaram “consideravelmente”. No comunicado da decisão, a agência citou o esforço do governo para executar o ajuste fiscal e o aperto monetário por parte do Banco Central para conter a inflação.