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S&P revisa perspectiva dos ratings da AmBev, Eletrobras e outras 28 empresas

Após rever a perspectiva da classificação de risco do Brasil, agência sinalizou que companhias brasileiras também podem ter a nota de crédito rebaixada

Por Sergio Caldas
Atualização:
Lisa Schineller, analista da S&P responsável pelo Brasil Foto: Shannon Stapleton/Reuters

A agência de classificação de risco Standard & Poor's revisou de estável para negativa a perspectiva das notas de crédito de 30 empresas brasileiras, apesar de os ratings terem sido reafirmados. Entre as empresas que tiveram a perspectiva rebaixada estão AmBev, Braskem, Cesp, Eletrobras, Votorantim, Ultrapar, Samarco e Net.

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A decisão veio após a S&P ter alterado nesta terça-feira, 28, a perspectiva do rating BBB- do Brasil, também de estável para negativa, o que indica risco de rebaixamento da nota de crédito do País (o que dificultaria a situação do Brasil em relação aos investimentos estrangeiros).

O temor do governo agora é a revisão ou o possível rebaixamento também pelas agências Fitch e Moody's. Por esse motivo, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, entrou em contato com investidores para reafirmar seu compromisso com os ajustes na economia e acalmar o mercado. Nesta terça-feira, o dólar chegou a bater R$ 3,43 com o anúncio da S&P.

Segundo a agência, o Brasil enfrenta desafios políticos e circunstâncias econômicas, apesar das mudanças feitas pela presidente Dilma Rousseff em seu segundo mandato. O Congresso mais hostil também tem dificultado a condução da política econômica, avaliou a analista da instituição responsável pelo Brasil, Lisa Schineller.

A agência apontou também como fator de risco as investigações em curso do esquema de corrupção na Petrobrás contra pessoas físicas e jurídicas de alto perfil - tanto do setor público quanto privado. O esqueama investigado pela operação Lava Jato levou a um aumento da incerteza política no curto prazo. "Estas investigações independentes são uma prova da estrutura institucional no Brasil, o que contrasta com a de outras economias emergentes", pondera a agência.

A S&P avaliou ainda que a vulnerabilidade externa do Brasil - por depender de recursos estrangeiros para financiar o déficit em conta corrente - vai aumentar nos próximos anos. A agência projeta também que o País pode demorar a voltar a crescer fimemente - a chance é maior do que uma em três.

Segue abaixo a lista completa das empresas que tiveram a perspectiva alterada para negativa:

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AmBev - Companhia de Bebidas das Américas (AmBev); 

Atlantia Bertin Concessões S.A. (AB Concessões) e suas subsidiárias, Rodovia das Colinas S.A. e Triângulo do Sol Auto-Estradas S.A.;

Arteris S.A. e sua subsidiária, Autopista Planalto Sul S/A.; 

Braskem S.A.; 

CCR S.A. e suas subsidiárias, Autoban - Concessionária do Sistema Anhanguera Bandeirantes S.A., Concessionária da Rodovia Presidente Dutra S.A., e Rodonorte Concessionária de Rodovias Integradas S.A.; 

CESP-Companhia Energética de São Paulo; 

Companhia de Gás de São Paulo - Comgás; 

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Companhia Energética do Ceará - Coelce; 

Duke Energy International Geração Paranapanema S.A. (Duke); 

Ecorodovias Concessões e Serviços S.A. e Concessionária Ecovias dos Imigrantes S.A.; 

Elektro Eletricidade e Serviços S.A. (Elektro); 

Eletrobras-Centrais Elétricas Brasileiras S.A.; 

Globo Comunicação e Participações S.A. (Globo); 

Itaipu Binacional; 

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Multiplan Empreendimentos Imobiliários S.A. (Multiplan); 

Net Serviços de Comunicação S.A. (Net); 

Samarco Mineração S.A.; 

Tractebel Energia S.A.; 

Transmissora Aliança de Energia Elétrica S.A. (TAESA); 

Ultrapar Participações S.A. (Ultrapar);

Votorantim Participações S.A. e suas subsidiárias, Votorantim Industrial S.A. e Votorantim Cimentos S.A. 

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Abaixo segue a lista das empresas que tiveram mantidas as notas de crédito; a perspectiva permaneceu estável:

Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A.; 

BRF S.A.; 

Embraer S.A.; 

Fibria Celulose S.A.;

Raízen 

Abaixo seguem as empresas que tiveram mantidas as notas de crédito; a perspectiva foi mantida em negativa:

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Natura Cosméticos S.A.;

Vale S.A. e sua subsidiária, Vale Canadá Ltd.

Abaixo segue a lista das empresas que não foram afetadas pela ação envolvendo o rating do Brasil: 

Klabin S.A.; 

Neoenergia S.A.; 

Odebrecht Engenharia e Construção S.A.; 

Petróleo Brasileiro S.A. - Petrobrás. 

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