Para amenizar a situação, a indústria leiteira gaúcha - que vinha se recuperando de um período de crise - sugeriu ao governo estadual a possibilidade de flexibilização do prazo de pagamento do ICMS. Outra proposta que deve ser discutida com as autoridades é a abertura de linhas de crédito especiais para produtores rurais e empresários.
Carnes
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) acredita que a grave dos caminhoneiros tenha gerado um prejuízo de R$ 700 milhões para o setor de aves e suínos nacional. Conforme a entidade, em torno de 70% da capacidade de abate da região Sul (que é maior produtora de aves e suínos do País) foi afetada nos dias mais graves de bloqueios, já que a entrega de ração animal, o trânsito de aves e suínos para o abate e a liberação de cargas prontas ficaram comprometidas.
A Aurora Alimentos, que tem indústrias de aves e de suínos concentradas principalmente em Santa Catarina - outro Estado onde os bloqueios foram intensos -, levará cerca de 40 dias para calcular o tamanho do estrago causado pelos protestos dos últimos dias. "O que sabemos por enquanto é que o prejuízo é grande", adiantou ao Broadcast a assessoria de imprensa.
Na conta de perdas que começa a ser feita pela empresa, está a diminuição de abates, o tempo em que os funcionários ficaram parados, as horas extras que terão que ser pagas para recuperar a produção, o descarte de material biológico, como pintos e ovos, a redução da qualidade do produto final (por conta da falta de ração) e as multas que deverão ser pagas pelo não cumprimento de contratos de exportação.
A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) divulgou que a agroindústria catarinense teve um prejuízo entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões com os bloqueios realizados pelos caminhoneiros no Estado, entre os dias 18 de fevereiro e 3 de março. Segundo a entidade, as cadeias de produção de aves, suínos e leite foram as mais atingidas.