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Setor externo decepciona projeções e déficit soma US$ 1,9 bilhão em fevereiro

Rombo veio acima do projetado pelo Banco Central, de US$ 1,5 bi, e do superávit esperado por analistas do mercado, de US$ 180 mi; investimentos diretos no País, porém, somaram US$ 5,9 bi, valor suficiente para cobrir o déficit

Foto do author Célia Froufe
Por Célia Froufe (Broadcast) e Bernardo Caram
Atualização:
No bimestre, o rombo nas contas externas soma US$ 6,736 bilhões Foto: Estadão

BRASÍLIA- Após um déficit de US$ 4,8 bilhões em janeiro, o rombo das transações correntes somou US$ 1,9 bilhão em fevereiro, segundo dados do Banco Central. A projeção do BC para a conta corrente do mês passado era de um saldo negativo de US$ 1,5 bilhão.

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O resultado também foi pior que a mediana positiva de US$ 180 milhões apontava pelo levantamento realizado pela Agência Estado, que ia de um déficit de US$ 1,9 bilhão a um superávit de US$ 1,1 bilhão. O déficit do mês passado é o menor desde agosto de 2009, quando estava em US$ 828,5 milhões.

A balança comercial registrou um saldo positivo de US$ 2,9 bilhões em fevereiro, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 1,9 bilhão. A conta de renda primária também ficou deficitária em US$ 3,1 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou no vermelho em US$ 1,415 bilhão.

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, disse que a balança comercial brasileira contribuiu com a maior parte dos ganhos registrados em conta corrente. Segundo ele, de fevereiro do ano passado a fevereiro deste ano, houve um ganho de US$ 12,6 bilhões nas transações correntes. Desse montante, a balança comercial contribuiu com US$ 9,5 bilhões, a conta de serviços com US$ 3,1 bilhões e a conta de renda com US$ 0,1 bilhão.

No bimestre, o rombo nas contas externas soma US$ 6,7 bilhões. No acumulado dos últimos 12 meses até fevereiro deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 46,3 bilhões, o que representa 2,67 % do Produto Interno Bruto (PIB). 

Investimento estrangeiro. Os Investimentos Diretos no País (IDP) somaram US$ 5,9 bilhões em fevereiro. O resultado é mais do que o suficiente para cobrir o rombo de US$ 1,9 bilhão verificado no saldo das transações correntes do mês.

O resultado ficou acima das estimativas, que iam de US$ 2,95 bilhões a US$ 5,5 bilhões, com mediana de US$ 4,9 bilhões. Pelos cálculos do Banco Central, o IDP de fevereiro ficaria em US$ 4,5 bilhões. Para março, Maciel estimou que o IDP em março ficará em US$ 5,5 bilhões em março. 

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No primeiro bimestre de 2016, o ingresso de investimentos estrangeiros destinados ao setor produtivo soma US$ 11,4 bilhões. No acumulado dos últimos 12 meses até fevereiro deste ano, o saldo de investimento estrangeiro ficou em US$ 77,6 bilhões, ou 4,48% do PIB. 

Dívida externa. A estimativa do Banco Central para a dívida externa brasileira em fevereiro é de US$ 330,687 bilhões. Segundo a instituição, em dezembro de 2015, último dado verificado, a dívida somava US$ 334,6 bilhões e, no fim de 2014, a dívida era de US$ 352,7 bilhões. A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 276,3 bilhões em fevereiro, enquanto o estoque de curto prazo ficou em US$ 54,4 bilhões no fim do mês passado.

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