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Sindicato no Canadá acusa Vale Inco de má-fé

Por Monica Ciarelli (Broadcast)
Atualização:

O sindicato do United Steelworkers (USW) decidiu entrar com uma queixa contra a Vale Inco no Conselho de Relações Trabalhistas em Toronto, na Canadá. O sindicato acusa a subsidiária da mineradora brasileira Vale de "má-fé" durante as negociações com os empregados. O registro da queixa será feito no dia em que a greve dos trabalhadores das operações de níquel em Sudbury completa seis meses.O porta-voz da Vale Inco, Cory McPhee, classificou de infundadas as acusações do sindicato. Segundo ele, a empresa fez diversas tentativas de negociação, que foram rejeitadas pelos representantes dos empregados. Para McPhee, o sindicato apelou para "teatralidade", ao convocar uma entrevista coletiva com a imprensa. "O USW está demonstrando mais uma vez que está interessado em oportunidade de fotos e manchetes do que na negociação", afirmou.Já o advogado do United Steelworkers, Brian Shell, argumenta que a lei de relações trabalhistas de Ontário (Canadá) exige que os empregadores empreendam todos esforços razoáveis para chegar a um acordo coletivo. "É inaceitável que a Vale rejeite as tradições das relações trabalhistas canadenses em sua tentativa de impor sua vontade a nossas famílias e comunidades trabalhadoras", afirmou Wayne Rae, presidente do USW Local 6200 em Port Colborne. Há 3,1 mil funcionários em greve. As duas principais mudanças propostas pela Vale aos funcionários da subsidiária canadense são relativas ao plano de previdência e ao modelo de participação nos lucros. O principal foco de questionamento dos sindicalistas está no modelo de previdência.Atualmente os funcionários recebem um plano de benefício definido, que consiste no funcionário saber o valor que irá receber na época da aposentadoria. A intenção da Vale é mudar para uma de contribuição definida onde se sabe o valor da contribuição, e não o quanto irá receber no futuro. Outro ponto de discórdia diz respeito ao modelo de remuneração. Hoje o acordo prevê que a participação dos lucros esteja condicionada ao preço do níquel cotado na Bolsa de Metais de Londres. A Vale quer alterar para o modelo que leva em conta o resultado da companhia e não o valor do metal.

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