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Stefanini volta às compras e mira expansão no exterior

Após dez aquisições em 5 anos, Stefanini fez 'parada técnica' em 2014; neste ano, já comprou dois negócios

Por Marina Gazzoni
Atualização:

Depois de um ano sem fazer aquisições, a empresa de tecnologia da informação Stefanini volta às compras. A companhia fez duas aquisições este ano no Brasil, mas está avaliando ativos no exterior para ampliar ainda mais seu grau de internacionalização.A Stefanini comprou dez empresas em cinco anos até 2013 e viu seu faturamento anual saltar de R$ 510 milhões para R$ 2,11 bilhões no período. As aquisições foram essenciais para a estratégia de internacionalização da companhia. "É muito difícil crescer no exterior começando do zero", explica o sócio-fundador e presidente da companhia, Marco Stefanini. Em 2014, a companhia pisou no freio e parou de comprar. A ordem era organizar a casa e absorver as empresas adquiridas. "Estávamos nos preparando para um novo ciclo de crescimento, que começou este ano", disse o fundador da empresa. No ranking das empresas brasileiras mais internacionalizadas da Fundação Dom Cabral (FDC) de 2014, a Stefanini foi a líder entre as companhias com maior número de subsidiárias lá fora (32), acima de gigantes da indústria (como a fabricante de equipamentos Weg, com 31 filiais) e gigantes como a mineradora Vale (27). No mesmo estudo, a empresa aparece na sexta posição em número de funcionários fora do País, atrás de InterCement (da Camargo Corrêa), Marfrig, JBS, Metalfrio e Gerdau.Retorno. Após a "parada técnica", a Stefani comprou em fevereiro a mineira IHM Engenharia, focada em tecnologia para a indústria, e em março a Tema Sistemas, que tem soluções para instituições financeiras e grandes bancos como clientes. A companhia agora está em busca de aquisições no exterior para ganhar musculatura em países como EUA e China. A estratégia de aquisições é diferente no exterior e no Brasil. "Aqui queremos empresas focadas em segmentos em que não estamos, para enriquecer nosso portfólio. Lá fora compramos empresas parecidas com a nossa, para crescer mais rápido", explica Stefanini.O empresário diz que a companhia não vai pisar no freio em função da crise econômica. "A nossa visão é de longo prazo. Investimentos na Europa e nos EUA justamente na época de crise", explicou. Nem a valorização do dólar, que torna os ativos no exterior mais caros para as empresas brasileiras, não muda a sua estratégia. Stefanini lembra que 40% das receitas da empresa em 2014, de R$ 2,35 bilhões, foram em dólar. "Temos condições de fazer toda a operação lá fora, usando o nosso caixa ou dívida emitida no exterior", afirmou Stefanini. Ele admite, no entanto, que a companhia sente as pressões da crise, com clientes buscando renegociar os contratos de tecnologia enquanto executam planos de redução de custo. Por outro lado, a companhia de tecnologia tem reforçado sua oferta de softwares que ajudam as empresas a ganhar eficiência. Mercado. O segmento de TI sente a desaceleração da economia, mas ainda assim tem crescimento acima do PIB, afirma o diretor de relações institucionais da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), Sergio Sgobbi.Os números da Brasscom ainda não estão fechados, mas os dados preliminares apontam para uma expansão entre 7% e 9% em 2014. "O uso de tecnologia é crescente na sociedade. Para as empresas, a automação é uma aliada no ganho de eficiência", disse o empresário.Sgobbi ressalta que a expansão lá fora é uma questão de sobrevivência para as empresas brasileiras de TI, como a Stefanini e a Totvs. "Esse negócio é sem fronteiras. Em um clique é possível transferir um serviço de um país para o outro", avaliou. A internacionalização é essencial para ganhar escala e flexibilidade para contratar serviços especializados nos países onde eles forem mais competitivos para oferecer a clientes do mundo todo. "Ou elas ganham massa para competir com gigantes ou elas tendem a ser incorporadas", disse.A Stefanini está hoje em mais de 30 países e quer avançar mais no mercado internacional. "O Brasil é grande, mas o mundo é maior", afirmou Marco Stefanini.

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