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Stiglitz defende Arminio Fraga para dirigir FMI

Por Agencia Estado
Atualização:

O professor da Columbia University e ganhador do Prêmio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz, defende o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga para o cargo de diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) em substituição a Horst Köhler, que anunciou a sua saída da instituição na semana passada para se candidatar às eleições presidenciais na Alemanha. Historicamente, o cargo de diretor-gerente do FMI é sempre destinado a um representante da Europa, em comum acordo com os EUA, principal acionista do Fundo. "Nunca se pensou no fato de se colocar como condição fundamental a necessidade de o escolhido ter experiência em países em desenvolvimento. É um absurdo, pois a maioria das dificuldades e crises que o FMI enfrenta vem de países emergentes. É preciso democratizar o FMI, que deveria ser uma instituição democrática internacional. E quando instituições de caráter internacional precisam de um novo líder, elas procuram o melhor candidato no mundo, independentemente de raça, de religião e de nacionalidade", afirmou Stiglitz em entrevista exclusiva à Agência Estado. Para ele, até o momento, nessa questão, o FMI nunca agiu democraticamente, ao sempre eleger um europeu para o cargo de diretor-gerente. "Köhler, por exemplo, foi escolhido pelo governo alemão com o apoio do Tesouro norte-americano", disse Stiglitz. Para o economista, conhecido como um severo crítico das políticas adotadas pelo FMI ao lidar com países emergentes em crise, o candidato ideal para substituir Köhler no atual processo de seleção deveria vir de uma das economias emergentes e não da Europa. "Há pessoas de primeira linha nos países emergentes prontas para assumir tal função. O Brasil, por exemplo, tem o Arminio Fraga, que fez um trabalho brilhante à frente do Banco Central", afirmou Stiglitz. "Arminio tem o calibre intelectual e o entendimento dos países em desenvolvimento, o que o torna mais qualificado do que as pessoas que foram candidatas no passado. Seria uma pena se o FMI não considerasse o Arminio para o cargo", afirmou.

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