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Sulgás raciona gás por causa de vazamento em SC

Por Sandra Hahn
Atualização:

Um vazamento no gasoduto Bolívia-Brasil levou à suspensão do fornecimento de combustível na madrugada de hoje no Sul do País. A suspensão atingiu o duto a partir do município de Gaspar, próxima a Blumenau (SC), e foi provocada pelas fortes chuvas que atingem Santa Catarina. Além de afetar a distribuição do gás natural em Santa Catarina, o corte atinge também o Rio Grande do Sul, que depende exclusivamente do suprimento do gasoduto para abastecer 59 postos de gás natural veicular (GNV), 87 indústrias, 38 clientes comerciais e de serviços, 331 residências e duas unidades de co-geração. Entre os clientes estão quatro hospitais de Porto Alegre. A Companhia de Gás do Rio Grande do Sul (Sulgás) adotou um plano de contingência que prevê a redução ao mínimo possível do abastecimento aos dois principais consumidores, a petroquímica Braskem (Copesul) e a Refap (Refinaria Alberto Pasqualini), além de suspensão da entrega aos postos de gás veicular. As duas empresas consomem aproximadamente 750 mil metros cúbicos diários, de uma distribuição média de 1,4 milhão de metros cúbicos por dia, disse o diretor técnico e comercial da Sulgás, Flávio Soares de Soares. Por causa da contingência adotada, o fornecimento da Sulgás já havia caído para o equivalente a 600 mil metros cúbicos/dia antes das 11 horas de hoje. O gás acumulado na rede é suficiente para até 48 horas de consumo, dependendo do ritmo de redução dos principais clientes. A siderúrgica Gerdau também está reduzindo seu consumo no Estado. O presidente da Sulgás, Antônio Gregório Goidanich, disse que ainda não há previsão para o reparo do gasoduto. As chuvas dificultam o acesso ao local do problema. As válvulas de bloqueio do gasoduto foram acionadas quando o vazamento foi detectado, explicou Soares, interrompendo o fornecimento. O abastecimento ao Rio Grande do Sul foi suspenso às 2h da madrugada desta segunda-feira. Goidanich considerou que o acidente reforça a necessidade de acelerar os estudos para a implantação de um terminal de gás natural liquefeito (GNL) que a Petrobras pretende instalar na Região Sul. Rio Grande do Sul e Santa Catarina disputam o projeto, que representaria uma alternativa de fornecimento em caso de contingências. O Rio Grande do Sul também argumenta que a capacidade do gasoduto, de 2,2 milhões de metros cúbicos/dia, em breve estará esgotada e limitará a expansão do sistema.

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