PUBLICIDADE

Publicidade

Superintendência do Cade propõe revisão da decisão que aprovou o Consórcio Gemini

Órgão publicou outro despacho recomendando a condenação das empresas do consórcio, formado por Petrobrás, White Martins e GásLocal, por postura anticompetitiva no mercado de gás natural

Foto do author Luci Ribeiro
Por Luci Ribeiro (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA - A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendou aos conselheiros do órgão que seja revisada a decisão que aprovou em 2004, com restrições, a formação do Consórcio Gemini, constituído pelas empresas Petrobrás, White Martins e GásLocal. O despacho com a recomendação está publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira e leva em conta indícios de prática de infração da ordem econômica por parte das empresas, decorrente da estrutura do Consórcio Gemini. 

O Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado, divulgou também que a Superintendência publicou outro despacho hoje recomendando a condenação das empresas do consórcio por causa de "infração da ordem econômica consistente em discriminação anticompetitiva no fornecimento de gás natural". As duas recomendações - pela punição e pela revisão do aval à criação do consórcio - serão remetidas ao tribunal do Cade, a quem caberá a decisão final sobre os processos. 

Gás liquefeito é fornecido a preços subsidiados Foto: NERIVELTON ARAÚJO

PUBLICIDADE

O Consórcio Gemini foi criado para atuar no mercado de Gás Natural Liquefeito (GNL). As três empresas respondem a processo administrativo instaurado em abril de 2014 por terem sido acusadas de praticarem subsídios cruzados e discriminação de preços no fornecimento de gás dentro do grupo, o que prejudicaria os demais fornecedores do mercado. 

Segundo denúncia da Companhia de Gás de São Paulo (Comgás), a Petrobrás estaria fornecendo gás natural ao consórcio a preços menores do que o preço oferecido às distribuidoras de gás nas regiões onde a empresa atua, como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Distrito Federal, além de prejudicar companhias fornecedoras de Gás Natural Comprimido (GNC), que disputam o mesmo mercado das empresas de GNL.

Em abril do ano passado, o consórcio foi alvo de uma série de medidas preventivas aplicadas pela Superintendência do Cade. Entre as medidas, o Cade determinou a suspensão temporária do tratamento vantajoso de preços no fornecimento de gás por parte da Petrobras ao consórcio até um parecer final do colegiado do órgão sobre o caso. A Superintendência ainda fixou multa diária de R$ 75 mil em caso de descumprimento das obrigações. 

Em maio, em recurso negado pelo Cade, o Consórcio Gemini chegou a alegar que as medidas "destroem" o consórcio. Na ocasião, a White Martins classificou as determinações como "desproporcionais". As empresas recorreram à Justiça, mas, em julho de 2015, o órgão antitruste conseguiu manter as medidas e deu novo prazo às empresas para o cumprimento.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.