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TAM negocia a compra de até 30 jatos regionais

Investimento revela a decisão da companhia aérea de apostar na aviação regional; empresa mantém conversas com várias fabricantes

Por Luciana Collet
Atualização:
TAM Foto: Daniel Teixeira/Estadão

A companhia aérea TAM, do grupo Latam, anunciou ontem que está negociando com fabricantes, incluindo a Embraer, a compra de até 30 aeronaves, com 75 a 110 assentos, sendo 18 encomendas firmes e 12 opções. O investimento revela a decisão da companhia aérea de apostar na aviação regional em 2015.

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O anúncio da TAM ocorre um dia após o Senado aprovar a Medida Provisória n° 656, que incorporou o texto que cria o plano de desenvolvimento da aviação regional. Originalmente, a MP trata de alterações tributárias, mas incorporou uma série de outras propostas, entre as quais a do programa da aviação regional. O texto fazia parte da MP 652, que versava sobre o plano regional e perdeu a vigência em outubro sem ser votada pelo plenário da Câmara.

O plano prevê a concessão de subsídios para até 50% dos assentos das aeronaves que fizerem voos considerados regionais, limitados a 60 assentos por voo. O prazo de duração dos incentivos será de cinco anos. Os recursos que financiarão o plano serão provenientes do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), formado a partir da outorga dos aeroportos concedidos.

De acordo com o presidente do Conselho de Administração da empresa, Marco Antonio Bologna, a decisão da TAM não está sujeita à aprovação do plano de aviação regional, que ainda depende de sanção presidencial e regulamentação. "Independentemente de qual seja a fórmula, independentemente da existência de um subsídio na passagem, independentemente de ser subsídio x, y ou z, a decisão da TAM está tomada", comentou.

Segundo ele, a decisão de reforçar a malha regional e investir em uma frota para atender esse segmento faz parte da busca pela "racionalidade da malha", tendo em vista o recente crescimento dos mercados regionais e a possibilidade de esses novos passageiros alimentarem as atuais linhas da companhia. "Nunca colocamos o subsídio na equação", afirmou Bologna. "Seria muito difícil justificar um investimento a partir de um subsídio que poderia ser extinto."

Decisão. A decisão final sobre a compra das aeronaves, no entanto, ainda não foi tomada. Bologna salientou que a TAM está em conversas adiantadas com a Embraer e, embora tenha sinalizado que também negocia com outros fabricantes, deu uma clara sinalização de preferência pela fabricante brasileira, que possibilitaria um financiamento em reais.

"O financiamento em reais faz parte da discussão e faz parte da equação, porque tira o risco cambial", comentou. Ele lembrou que o BNDES poderia realizar o financiamento, por meio do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), embora tenha considerado que ainda não está claro o tratamento a ser dado pelo Tesouro para o programa e os financiamentos do banco estatal.

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O martelo final deve ser batido no primeiro trimestre de 2015. "Faltam decisões relacionadas a preço, financiamento e modelo especifico do fabricante", comentou, salientando que serão aeronaves de nova geração. Conforme sinalizou Bologna, a entrega das aeronaves deverá acontecer de 2018 em diante. O investimento será adicional aos R$ 12 bilhões já programados até 2018, dos quais R$ 11 bilhões em frota, acrescentou a presidente da TAM Linhas Aéreas, Claudia Sender.

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