RIO - A taxa de desocupação já deveria em trajetória de queda nesta época do ano, afirmou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, o resultado foi a 8,6% no trimestre até julho, o maior da série da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua.
O segundo semestre costuma ser marcado por uma inflexão na taxa de desemprego, ou seja, ela começa a cair até chegar ao menor valor do ano em dezembro, no ápice das contratações temporárias. "A taxa de desemprego já deveria estar cedendo nesta época, ou ficar estável, mas não é o que está acontecendo", disse Azeredo.
A conjuntura desfavorável e a extinção de postos com carteira assinada têm levado cada vez mais pessoas a buscar emprego, segundo o IBGE. Desde o ano passado, houve uma aceleração nas demissões de trabalhadores formais, notou o coordenador. Como a procura por vaga aumentou, a taxa de desemprego não seguiu a tendência vista em anos anteriores.
"É esperado que em dezembro a taxa de desemprego caia, porque tem o 13º salário ajudando e são menos dias úteis para buscar trabalho. Se isso vai acontecer este ano ou não, não sei", afirmou. "O que a pesquisa mostra é que o mercado de trabalho não está tão favorável, consequência desse cenário econômico", acrescentou Azeredo.