BRASÍLIA - O deputado Carlos Marun (PMDB-MS), presidente da comissão da reforma da Previdência, disse que o anúncio feito pelo presidente Michel Temer, de retirar da proposta de emenda constitucional as mudanças no regime previdenciário dos servidores estaduais e municipais atendeu a um pedidos dos parlamentares da base aliada.
"Decisão tomada, decisão anunciada. Foi um pleito que veio da comissão e que está sendo atendido pelo presidente da República", declarou ele. "Agora, cada um vai cuidar do que lhe é devido. Estado cuida do estado, município de quem é do municípios e União cuida dos servidores federais. Estamos respeitando o pacto federativo", salientou Marun, ao final do encontro com Temer.
Questionado se esta decisão não desfigurava a reforma, Marun disse que não. "Isso não mexe com as contas públicas da União. O ajuste fiscal está mantido", minimizou o presidente da comissão. Ele reconheceu, entretanto, que essa decisão retira categorias importantes e com forte poder de mobilização da reforma, que é o caso dos professores estaduais e municipais, assim como os policiais.
A decisão foi tomada por volta das 18 horas, quando Temer chamou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para conversar e acertar a mudança de rota na reforma da Previdência. Após uma primeira conversa, na qual o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles estava presente, o presidente Temer telefonou para os líderes de todos os partidos da base aliada para convidá-los a vir ao Planalto para anunciar a decisão de mudar a proposta da reforma da previdência.
Marun disse que Temer "foi sensível" e "entendeu" o pedido da base aliada, depois das reuniões de ontem com os ministros e hoje com as lideranças dos partidos que integram a base aliada. "Nem tudo é feito de pressão. Foi argumentação", afirmou ele, acrescentando que "pacto federativo está prevalecendo".