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Temer e Meirelles discutem alternativa para capitalizar a Caixa sem usar o FGTS

Ministro da Fazenda teria sugerido aporte de dividendos do banco, que em 2017 obteve lucro de R$ 10 bi

Foto do author Adriana Fernandes
Por Carla Araujo e Adriana Fernandes
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Michel Temer e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, discutiram nesta sexta-feira, 19, alternativas à capitalização da Caixa sem os recursos do FGTS. Em reunião no Palácio do Jaburu, Meirelles apresentou as opções que estão sendo preparadas pela sua área técnica.

Meirelles, que é contrário ao uso de recursos do fundo do trabalhador para socorrer a Caixa, disse ao presidente que poderá solucionar o problema de capital do banco sem a operação de empréstimo de R$ 15 bilhões. Com outras medidas complementares, segundo o ministro, seria possível cobrir o saldo necessário.

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Equipe econômica liderada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles,é totalmente contrária à operação de socorro à Caixa com recursos do FGTS. Foto: REUTERS/Adriano Machado

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Segundo um auxiliar do presidente Temer, o maior aporte ao banco poderia ser o lucro significativo do banco em 2017, que, como parte do plano de socorro, não seria pago ao Tesouro Nacional na forma de dividendos. O banco teve ganhos superiores a R$ 10 bilhões no ano passado.

Temer ainda não se convenceu totalmente que é possível não usar o FGTS para melhorar o capital da Caixa. Mas se as soluções de Meirelles forem melhores, estará de acordo, segundo fontes. Ministros palacianos, no entanto, insistem que a operação com o FGTS, se for necessária, será feita. A equipe econômica, no entanto, é totalmente contrária à operação.

Um integrante da equipe econômica ressaltou que o novo estatuto da Caixa será aplicado. A próxima reunião do Conselho de Administração do banco, que tem de aprovar ou não a operação do FGTS, já será regida pelo novo estatuto.

Aliados políticos insistem na tese de que a operação - que seria aprovada pelo conselho curador do FGTS nos primeiros dias do ano - é necessária, mas a crise no banco com o afastamento de quatro vice-presidentes inviabilizou a medida.

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