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'Teria tirado todos os 12 vice-presidentes da Caixa', diz presidente da Câmara em exercício

Fábio Ramalho defendeu a escolha de técnicos, não de políticos, para cargos desse em bancos públicos

Por Tania Monteiro e Tânia Araújo
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente em exercício da Câmara, deputado Fábio Ramalho (MDB-MG), criticou a decisão do presidente Michel Temer de demitir apenas quatro dos 12 vice-presidentes da Caixa Econômica Federal, indicados politicamente para os cargos. 

O deputado Fábio Ramalho, do MDB-MG, vice-presidente da Câmara Foto: André Dusek/Estadão

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Ramalho defendeu que os cargos de direção de bancos públicos, como Banco do Brasil e não só a Caixa, sejam ocupados por técnicos. "Bancos, órgãos técnicos, têm de ser compostos por pessoas técnicas. Nós temos bons técnicos e os políticos têm de entender isso", declarou Ramalho, após participar, no Planalto, ao lado de Temer, de cerimônia de liberação de recursos para o ensino médio.

Para Ramalho, estas demissões de dirigentes indicados por políticos não afetarão a reforma da Previdência, que acredita que precisa ser mais ampla e que, na sua avaliação, o governo não conseguirá os votos para aprová-la este ano.

Fábio Ramalho, que está substituindo Rodrigo Maia (PFL-RJ), que está em viagem ao exterior, disse, no entanto, que não tratou deste assunto com o presidente. Mas ressalvou que embora respeite a decisão de Temer, considera que "ele agiu tardiamente" ao demorar a afastar os vice-presidentes, mesmo depois das recomendações do Ministério Público. 

"Eu teria tirado todos os 12 vice presidentes", declarou. "Vamos mostrar para o Brasil que queremos técnicos nos lugares que são de técnicos. Político tem de funcionar na política. Técnico, na área técnica", emendou.

De acordo com Ramalho, "o afastamento dos quatro vice-presidentes (indicados por políticos) não inviabiliza a reforma da previdência". Para ele, "as indicações politicas têm de ser de outra maneira". E explicou: "pode até ser indicação política, mas tem de ser indicação de um técnico. Partidos tem de escolher técnicos para indicar. Os partidos podem fazer uma lista de técnicos e indicá-los ao governo. Não precisa ser um nome só."

Embora tenha dito que a demissão dos vice-presidente tenha ocorrido "ainda em tempo", o presidente em exercício reiterou que Temer "deveria ter demitido desde o início". "Se fosse eu o presidente, eu teria substituído todos, na primeira recomendação. Não pode pensar muito não, tem de agir rápido. Mas o presidente tem o seu tempo e eu respeito".

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