O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, avaliou que o resultado primário desse ano reflete o crescimento econômico bem abaixo do esperado originalmente, por conta da expansão internacional menor que o previsto no início do ano e aos choques de oferta no Brasil que levou à uma política econômica contracionista que afetou a atividade econômica.
Nesta sexta-feira, 31, o Tesouro anunciou as contas do governo central e o Banco Central, os resultados do setor público consolidado. Ambas bateram recordes negativos.
Augustin destacou que houve crescimento da receita bem abaixo do que o estimado pelo governo. Segundo ele, a frustração foi de R$ 40 bilhões. Em relação ao primeiro decreto de programação orçamentária de fevereiro, segundo Augustin, houve uma arrecadação menor em R$ 35 bilhões e uma renúncia fiscal com a desoneração da folha maior em R$ 5 bilhões.
Embora positivo, o secretário destacou o aumento da despesa com investimento. "Foi forte e subiu 36% este ano", disse. Augustin disse que até setembro os investimentos da administração direta subiram 1,56% do PIB. "É um porcentual bem significativo. Mostra uma tendência positiva para o investimento". Augustin disse que as despesas com abono salarial também estão subindo e que o governo está analisando esse item.
Revisão da meta. O secretário informou que o governo encaminhará ao Congresso Nacional uma proposta de alteração da meta de superávit primário para 2014 e da Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO). Segundo ele, o resultado de setembro foi crucial para essa decisão. Ele disse que a nova meta será anunciada até o próximo decreto de programação orçamentária que será divulgado em 22 de novembro. "O resultado de setembro colocou esse necessidade", afirmou Augustin.
Ele disse que não está sendo discutida a alteração da meta de superávit primário em 2015, conforme revelou o Broadcast - serviço de informações em tempo real da Agência Estado. O governo quer fazer o ajuste de 2015 por meio de aumento de receitas e queda de despesas.