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Tesouro não tem como socorrer outros Estados, diz secretária

Alternativa, segundo Ana Paula Vescovi, é oferecer garantias para que os governadores busquem empréstimos

Foto do author Adriana Fernandes
Por Adriana Fernandes e Idiana Tomazelli
Atualização:

BRASÍLIA - O governo federal não tem espaço fiscal para atender ao pleito adicional de governadores do Norte e Nordeste por um socorro de R$ 8 bilhões, avisou a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Como alternativa, a União planeja oferecer garantias para que os governos estaduais com melhores condições fiscais busquem empréstimos em outras instituições.

Mas o aval para essas operações só será dado após a votação do projeto de lei que oficializará a renegociação da dívida dos Estados. Além disso, o espaço é limitado: apenas R$ 17 bilhões, compartilhados por todo o setor público. Não há predefinição de quanto poderia ser direcionado aos Estados.

'Não há espaço fiscal', diz Ana Paula Vescovi Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

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“O último levantamento apontou um espaço muito pequeno. Ele foi sendo ocupado pela concessão acelerada de crédito. Esse espaço não é só para Estados e municípios. É para os próprios empréstimos da União e das empresas estatais”, disse Ana Paula, ressaltando que o valor vale não só para 2016, mas representa uma “janela” para frente.

Na esteira do tratamento especial dado ao Rio de Janeiro, governadores do Norte e do Nordeste enviaram uma carta ao presidente em exercício Michel Temer e ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reivindicando um repasse de R$ 8 bilhões. Ontem, o Distrito Federal engrossou o coro. A iniciativa tem potencial para emperrar a votação no Congresso do projeto que trata da reestruturação da dívida dos Estados.

Repatriação. “Não tem espaço fiscal para a gente estender mais esse acordo”, afirmou a secretária. Ela reconhece, no entanto, que uma nova judicialização da questão não é um risco totalmente controlado.

Como opção de fôlego novo para os caixas da União e dos governos estaduais, o Tesouro aposta na repatriação de capitais do exterior, que renderiam tributos. Parte disso seria repassada aos Estados e municípios por meio dos fundos de participação.

Outra fonte de recursos poderá ser a privatização de estatais, iniciativa que conta com a assessoria técnica do BNDES. De acordo com Ana Paula, alguns Estados já procuraram a instituição de fomento interessados em se desfazer de ativos hoje controlados pelo governo estadual.

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