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Tomador final já sente efeito de freio do Banco Central

Dados preliminares do BC mostram que taxa de juros do crédito cresceu nos primeiros dias do mês

Por Isabel Versiani e da Reuters
Atualização:

Números preliminares do Banco Central para o desempenho do crédito nos primeiros dias de outubro já indicam um ligeiro encarecimento dos financiamentos para os tomadores finais às vésperas da última reunião do Comitê de Política Monetária.   No último dia 17, os diretores do BC resolveram dar uma pausa no processo de queda de juros após dois anos de cortes da taxa básica de juros, a Selic, e mantiveram os juros em 11,25% ao ano.   Os bancos anteciparam esse movimento, em resposta ao comportamento dos juros futuros praticados no mercado, e já deixaram de reduzir suas taxas.   A taxa média de juros cobrada dos bancos passou para 35,7% nos primeiros oito dias úteis do mês, frente a 35,5% no final de setembro, informou o BC nesta terça-feira.   Para as pessoas físicas, a taxa média passou de 46,3% para 46,4%, enquanto para as empresas, ela foi de 23,2% para 23,5%.   Caso essa tendência se mantenha até o final do mês, será a primeira vez que os juros médios terão subido desde janeiro.   O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, afirma, contudo, que os números são preliminares e devem ser analisados "com cautela". Para o economista, uma variação de 0,2 ponto na taxa é considerada estabilidade.   "É possível que uma variação no spread tenha um efeito contrário ao longo do mês", afirmou Lopes a jornalistas. Ele argumentou que, com o aumento continuado do volume de crédito, os bancos devem ter ganhos adicionais de escala e podem decidir reduzir suas taxas mesmo em meio a uma elevação dos custos de captação.   "Os movimentos (das taxas) daqui para a frente vão estar vinculados ao spread", afirmou Lopes.   Nos primeiros dias de outubro, contudo, o spread médio oscilou para cima, tendo passado de 24,6 pontos percentuais para 24,7 pontos.

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