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Em São Bernardo, trabalhadores da Ford fazem passeata contra o fechamento da fábrica

Comitiva sindical deve se reunir com executivos da Ford nesta quinta-feira, nos EUA

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Por Redação
Atualização:

Trabalhadores da Ford organizam uma passeata na manhã desta quinta-feira, 7, em protesto ao fechamento da fábrica de São Bernardo do Campo, anunciado pela montadora em fevereiro. Os manifestantes saíram, por volta das 10h20, da frente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e caminharam até a Praça da Matriz, onde ocorrerá um ato inter-religioso. 

Cartazes e faixas como “não vou desistir do meu emprego”, “a Ford só pensa no lucro” e “minha família depende do meu emprego” eram empunhados pelos manifestantes. Eles também fazem campanha para que pessoas deixem de comprar veículos da Ford enquanto a situação na fábrica de São Bernardo do Campo não é resolvida.

Trabalhadores protestam contra fechamento da fábrica em São Bernardo do Campo. Foto: FOTO: FELIPE RAU/ESTADÃO

Nesta quinta-feira, 7, nos Estados Unidos, uma comitiva composta por dirigentes do sindicato vai se reunir com o comando da Ford, em encontro que deve ocorrer no final da tarde. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos, o ato é uma maneira de mostrar a força dos trabalhadores aos executivos da empresa.

A passeata saiu da sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC atéa igreja matriz de São Bernardo do Campo. Foto: FOTO: FELIPE RAU/ESTADÃO

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Viajaram aos EUA para o encontro o presidente do sindicato, Wagner Santana, o ex-presidente Rafael Marques, e o coordenador do Comitê Sindical na Ford, José Quixabeira de Anchieta. Eles vão tentar convencer a matriz de que a fábrica ainda é viável.

A fábrica emprega cerca de 3 mil funcionários diretos e 1,5 mil terceirizados. Produz caminhões – segmento que a empresa decidiu abandonar – e o modelo Fiesta, que vai sair de linha. Segundo a Ford, o processo de encerramento ocorrerá ao longo deste ano.

A montadora alega necessidade de retomar a lucratividade sustentável de suas operações na América do Sul, onde registrou prejuízos de US$ 4,5 bilhões entre 2013 e 2018. O Brasil responde por cerca de 60% das vendas da marca na região.

Desde o anúncio, no último dia 19, a produção da fábrica está parada por orientação do sindicato, por acreditar que há riscos aos trabalhadores se continuarem em suas atividades num ambiente tão tenso.

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Comitiva do sindicato se reunirá hoje com executivos da Ford, nos Estados Unidos. Foto: FOTO: FELIPE RAU/ESTADÃO

Os trabalhadores têm mantido ações de protestos diários, enquanto a liderança sindical se reúne com os governos federal, estadual e municipal em busca de alternativas para convencer a Ford a voltar atrás.

Até agora, um grupo empresarial, o Caoa, anunciou ter interesse em negociar as instalação da fábrica no ABC paulista. O grupo do empresário brasileiro Carlos Alberto de Oliveira Andrade é dono de revendas Ford, de uma fábrica que produz veículos da Hyundai sob licença em Goiânia e tem 50% de participação no Brasil da fabricante chinesa de carros Chery, com fábrica em Jacareí (SP).

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