PUBLICIDADE

Trabalhadores param Kodak em São José dos Campos

Por Agencia Estado
Atualização:

Cerca de trezentos trabalhadores participaram na manhã desta terça-feira de um protesto na portaria da Kodak em São José dos Campos, no Vale do Paraíba. A fábrica produz material fotográfico e filmes para raio X médicos e tem atualmente 650 operários. O protesto começou por volta das 6 horas, na entrada do primeiro turno. Em assembléia, os trabalhadores aprovaram o estado de greve e decidiram recusar a proposta da empresa de pagar a PLR atrelada aos rendimentos da Kodak. "Eles querem pagar a PLR menor e ainda somente se as metas de vendas forem atingidas e isso não aceitamos", afirmou o sindicalista Éder José da Costa. A categoria pediu 2,2 vezes o salário de cada trabalhador como pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), mas a empresa ofereceu 1,6. À tarde, em outra assembléia, foi novamente aprovado o estado de greve. "Já comunicamos a empresa que se não houver acordo vamos parar tudo em 48 horas". Uma reunião foi marcada para esta quarta, às 10 horas. A unidade ameaça fechar as portas em São José dos Campos e transferir a fábrica para a Zona Franca de Manaus. "Já anunciaram o fechamento oficial para os trabalhadores e as demissões serão escalonadas até outubro". A assessoria de imprensa da Kodak informou que a empresa tenta manter a liderança no mercado, neste momento de transição de tecnologia (por causa da expansão das máquinas digitais), consolidando diferentes tipos de funções e operações ao redor do mundo. Em março a Kodak informou que parte da fábrica de São José será transferida para Manaus e isso implicaria na demissão de 128 pessoas. Confusão - Durante a primeira assembléia, um sindicalista foi preso depois de um entrave com a PM. Segundo o sindicato, policiais militares foram chamados pela empresa para acompanhar a manifestação que durou cerca de três horas. Diante da atitude de um sindicalista, que tentava impedir que alguns funcionários entrassem na fábrica, um PM acabou disparando um tiro no pneu do carro do manifestante. Ninguém ficou ferido mas o caso foi levado ao 3º Distrito Policial. "O policial deu voz de prisão e não foi atendido. Para se defender do sindicalista que ameaçou jogar o carro contra ele, foi feito o disparo no pneu do veículo", informou o delegado Vernei de Freitas. O sindicalista Everaldo de Oliveira Duarte ficou detido por duas horas e foi liberado no final da manhã.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.