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Tucanos hesitam sobre apoio à reforma da Previdência

Governador Geraldo Alckmin, que deve assumir o partido, diz que é a favor da reforma, mas que decisão depende dos parlamentares

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Por Redação
Atualização:

BRASÍLIA – Enquanto o governo e partidos da base aliada pressionam o PSDB a obrigar seus parlamentares a votarem a favor da reforma da Previdência, os tucanos demonstram resistência em dar o primeiro passo. O governador Geraldo Alckmin (SP) disse nesta terça-feira, 5, que apoia a proposta, mas que ‘fechar questão’ depende dos deputados.

Candidato único à presidência do partido, Alckmin foi pessoalmente à Câmara para conversar com parlamentares e defender que se posicionem pela aprovação da matéria.

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Candidato único à presidência do partido, Alckmin foi pessoalmente à Câmara para conversar com parlamentares. Foto: Felipe Rau/Estadão

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Acho que não há unanimidade em nenhum partido, mas há espaço para convencimento, e eu vou procurar ajudar”, declarou após reunião com a bancada do PSDB na Câmara.

Alckmin não defendeu, no entanto, que a sigla feche questão sobre o assunto. “Fui deputado durante oito anos e nunca teve fechamento de questão. Na política você convence, deve vencer pelo convencimento”, disse.

Ele destacou que deixou “muito claro” sua posição favorável à reforma para os parlamentares. “Minha posição é favorável à reforma, mesmo que não seja a proposta ideal.”

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O líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC) afirmou que o partido não deve fechar questão, ou seja, obrigar seus parlamentares a votarem a favor do texto.

“Nós não precisamos fechar questão se o partido do presidente não fechou”, argumentou Bauer ao se referir ao PMDB.

O PSDB ainda é uma incógnita para o governo. Embora vários integrantes defendam o fechamento de questão a favor da reforma, alas do partido pedem por mudanças ou até rejeitam a proposta. O governo, porém, pretende seguir firme e resistir às investidas por mais flexibilizações, apurou o Estadão/Broadcast.

Além do risco de abrir mão de mais R$ 109 bilhões na economia em dez anos com a reforma, caso aceitasse as sugestões dos tucanos, o governo também daria uma sinalização ruim aos demais partidos da base e teria que atender a outros pleitos, inviabilizando a reforma.

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DEM. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ontem que se a bancada do PSDB fechar questão, outros também devem seguir o exemplo dos tucanos.

Questionado sobre a possibilidade de fechamento de questão na bancada do DEM, ele disse que um partido historicamente defensor de um Estado com contas ajustadas apoia a reforma e que conversando, o DEM terá um número expressivo de votos pró reforma.

“O DEM tem votado majoritariamente com a orientação do líder e do presidente sem fechar questão. Acho que, conversando, o DEM terá um número bem grande de parlamentares votando a reforma da Previdência”, desconversou.

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Até a noite desta terça-feira, 5, nenhum partido da base aliada decidiu fechar questão sobre a reforma , apesar do esforço do Palácio do Planalto ao longo do último final de semana. A Executiva do PP chegou a se reunir ontem, mas evitou o assunto.

Segundo aliados, o presidente da legenda, Ciro Nogueira (PI), teme que o governo não conseguirá colocar a matéria em votação na Câmara por falta de apoio.

Ele só defenderá oficialmente o fechamento de questão a favor da matéria quando a data da votação for marcada pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

O presidente nacional do DEM, José Agripino (RN), considerou pouco provável que a proposta seja aprovada pela Câmara este ano: “Não botem tanta fé nessa história da reforma da Previdência, tem muita espuma aí. Cuidado com as notícias.”/ RENAN TRUFFI, JULIA LINDNER, IDIANA TOMAZELLI, DAIENE CARDOSO E IGOR GADELHA

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