PUBLICIDADE

Publicidade

Um novo serviço de bordo feito para os ‘millennials’

Em vez de distribuir balas aos passageiros, Latam vai priorizar esforços para oferecer tecnologia ao cliente

Por Marina Gazzoni
Atualização:
  Foto: Reuters

O fundador da TAM, comandante Rolim Amaro, sabia que, para a empresa crescer, a marca tinha de ter certos atributos icônicos. No fim dos anos 80, quando a empresa deu seu primeiro grande salto de crescimento, a TAM se diferenciou ao estender um tapete vermelho para os passageiros embarcarem. Além disso, colocou os comandantes na recepção da aeronave – algo que a Varig, líder da época, ainda não fazia. Depois, introduziu outros mimos, como a distribuição das balas Butter Toffees, em 2001. Agora, a empresa acredita que a briga pela preferência poderá se dar em uma nova frente: a oferta de tecnologia ao passageiro.

PUBLICIDADE

A decisão de investir nessa área é parte do esforço da empresa de integrar sua operação com a chilena LAN. As duas anunciaram, em 2010, a fusão das operações e, neste ano, ambas trocaram suas marcas pelo nome Latam. Além do nome único, a nova empresa deve adotar o mesmo padrão de serviço nos sete países em que oferece voos domésticos.

“Nossa decisão foi moldar o serviço para o que o passageiro deseja. Não decidimos entre as melhores práticas das duas companhias”, explica Eduardo Costa, que assumiu a nova diretoria de serviços e inovação da Latam no Brasil, responsável por implementar as mudanças. 

Com a ajuda de quatro consultorias – McKinsey, Bain & Company, Alexandria Group e Interbrand –, a Latam fez pesquisas para tentar entender o que exatamente o cliente valoriza no atendimento a bordo. “Fizemos um serviço de bordo pensado para os “millennials”. E eles querem controlar a própria experiência”, afirma Costa. 

As mudanças serão gradativas. A revista de bordo já foi reeditada e a inconfundível balinha Butter Toffee saiu de cena há um mês. A Latam está instalando antenas nos aviões para viabilizar o acesso ao aplicativo Latam Entertainment, uma espécie de “Netflix” criado para ser sua solução de entretenimento de bordo da empresa para voos domésticos. “Retiramos a bala porque o cliente não valoriza mais. Ele quer tecnologia”, diz Costa.

Processo. As pesquisas feitas pela empresa identificaram três perfis de passageiros, que foram “batizados” pela companhia. O primeiro é o Victor, que é o VIP, o passageiro de altíssima renda que deseja o luxo. O segundo é o Oscar, que viaja quando tem uma oportunidade e é extremamente sensível a promoções. O terceiro é o Romeo, que avalia o custo-benefício de um voo – gosta de promoção, mas não aceita uma conexão inconveniente só para pegar um voo barato. “O Romeo é o perfil que mais representa o passageiro corporativo. Pensamos o serviço de bordo da Latam para ele”, disse Costa. Em média, cerca de 60% das receitas de uma empresa aérea brasileira vêm de viagens corporativas. 

Segundo Costa, esse passageiro é um “millennial” (nascido entre os anos 1980 e 2000) e deseja tecnologia a bordo e autosserviço. A tendência é desenvolver soluções inovadoras, como um sistema de rastreamento da s malas pelo celular.  A padronização do atendimento da Latam deve ser concluída apenas em 2018. Algumas questões, como qual será o cardápio servido a bordo em todos os países, ainda não foram definidas. 

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.