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Um porto seguro, mas provisório

Jovens se reestruturam com segurança familiar

Foto do author Anna Carolina Papp
Por Anna Carolina Papp e Luiz Guilherme Gerbelli
Atualização:
De volta à casa dos pais, Pollyana quer juntar dinheiro Foto: DANIEL TEIXEIRA | ESTADAO CONTEUDO

Seja qual for o motivo, quem volta para a casa dos pais, geralmente, encontra segurança. Para a professora Pollyanna Marques de Aguilar, de 32 anos, é chance de economizar em busca de um novo imóvel para alugar.

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Pollyanna passou quase cinco anos longe da casa dos pais. Em 2016, porém, decidiu voltar. “Desde o começo do ano, estava procurando um novo lugar para morar. Só que o aluguel estava muito alto”, afirma. “As pessoas estão enlouquecidas. Não achei nada que valesse o preço cobrado.”

Com o retorno para a casa dos pais, a professora, que morava na zona oeste de São Paulo, voltou para a zona leste da cidade. Mas não desistiu de morar sozinha e decidiu procurar um novo imóvel por causa da privacidade. No local onde morava, pagava R$ 1 mil de aluguel, e tinha de dividir o mesmo espaço com outras seis casas.

“Resolvi dar um tempo porque morando com os meus pais posso guardar algum dinheiro”, afirma ela, que segue empregada. “A ideia é sair da casa dos meus pais até o fim do ano.”

Adaptação. Para a arquiteta Mariana Borel, de 31 anos, a volta para a casa da família em março deste ano também representou um porto seguro. Foram seis anos morando fora. Uma conjunção de fatores obrigou Mariana a dar esse passo para trás: o fim do casamento e a decisão de pedir demissão para tentar trabalhar como autônoma.

“Não consegui bancar as despesas da casa”, diz. A crise econômica fez com que os clientes esperados no novo negócio não surgissem e a tentativa de recolocação no mercado de trabalho formal acabasse frustrada. “A oferta de trabalho ficou bastante baixa. Quando tentei procurar outro emprego, não consegui achar uma recolocação”, afirma.

Na volta para a casa dos pais, num processo que envolveu “humildade”, Mariana diz ter sido bem recebida pela mãe. “O processo de adaptação foi fácil do ponto de vista familiar. Minha mãe me recebeu superbem”, afirma. “Do ponto de vista pessoal, esse retorno envolveu um treinamento de perda muito grande.”

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Hoje, ela está engajada num negócio próprio com uma amiga em uma empresa de camisetas personalizadas. “Se eu não estivesse morando com a minha mãe, não teria toda essa segurança para me arriscar num novo empreendimento.”

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