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Uso das reservas para limitar queda do yuan causa preocupação sobre a China

Dados mostram que em dezembro as reservas chinesas tiveram queda recorde de US$ 108 bilhões ante o mês anterior, atingindo o nível mais baixo em três anos

Por Danielle Chaves
Atualização:
BC da Chinatem usado asreservaspara anular apostas contrárias ao yuan Foto: Kim Kyung-Hoon/Reuters

SÃO PAULO - A estratégia da China de usar suas reservas internacionais para limitar a desvalorização do yuan é um dos motivos das preocupações dos investidores com o país. O sinal de temor do governo com a fraqueza da moeda local somado a indicadores ruins - como o Produto Interno Bruto (PIB), que teve em 2015 a menor expansão em 25 anos - vem alimentando uma fuga de capital dos mercados chineses.

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Hoje, a corretora Shenwan Hongyuan Securities comentou que a China voltou a registrar saídas de capital na semana até 20 de janeiro. Durante o fim de semana, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, havia alertado para a estratégia chinesa de usar as reservas internacionais, dizendo que o "uso massivo das reservas não é particularmente uma boa ideia".

Desde agosto do ano passado, quando anunciou a inesperada desvalorização de 1,9% do yuan, o Banco do Povo da China (PBoC, o banco central do país) tem usado uma porção significativa das gigantescas reservas internacionais para anular apostas contrárias à moeda. Como resultado, dados divulgados no começo de janeiro mostraram que em dezembro as reservas tiveram queda recorde de US$ 108 bilhões ante o mês anterior, para US$ 3,33 trilhões, o nível mais baixo em três anos. A redução foi quase cinco vezes maior que o previsto.

Na semana passada a Administração Estatal de Câmbio da China (Safe, na sigla em inglês) ressaltou em um comunicado que as reservas internacionais do país continuam sendo as maiores do mundo e que o "risco da dívida externa é controlável".

No entanto, em linha com o comentário de Lagarde, analistas alertam para o tamanho da redução das reservas chinesas. Segundo cálculos do DBS Bank, as autoridades da China já gastaram US$ 663 bilhões das reservas para evitar uma desvalorização rápida do yuan. (Com informações da Dow Jones Newswires)

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