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Migração da Vale para Novo Mercado pode ocorrer ainda em 2017

Mineradora está trabalhando nas opções para atingir os 100% de ações ordinárias exigidos pela B3 para a migração

Por Mariana Durão
Atualização:

RIO - Após atingir um porcentual equivalente a 84,4% de conversão suas ações preferenciais (PNA) em ordinárias (ON) na última sexta-feira, 11, a Vale dará continuidade ao seu processo de reestruturação societária com a incorporação da Valepar e a convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para a eleição de conselheiros independentes por seus acionistas em meados de outubro. A companhia pretende acelerar a migração para o Novo Mercado, que pode ocorrer ainda em 2017, mas ainda estuda alternativas para a base remanescente de preferencialistas.

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Os passos foram informados pelo presidente da companhia, Fabio Schvartsman, em teleconferência com analistas na manhã desta segunda-feira, 14. Ele agradeceu o apoio do mercado à operação. "Do nosso ponto de vista é um primeiro passo para a reestruturação é fundamental na evolução da governança da companhia, um dos pilares que sustentarão a minha gestão", disse Schvartsman.

Vale trabalhará para atender acionistas e acelerar migração para o Novo Mercado, afirma o presidente da companhia Fabio Schvartsman Foto: Marcos Arcoverde/Estadão

O executivo disse que análises preliminares mostram que houve adesão de 100% dos detentores de PN que poderiam aderir. Segundo ele, ficaram de fora alguns fundos passivos estrangeiros que por questões regulatórias não poderiam converter toda a sua posição, além de pessoas físicasnão alcançáveis no País. Com a adesão maciça, a Valepar ficou com 44% das ações ordinárias da companhia.

"Está claramente estabelecido que a vontade de todos os acionistas da Vale é que haja migração imediata para o Novo Mercado e vamos trabalhar para atender essa solicitação expressa dos acionistas", afirmou o presidente da Vale. Para aderir ao segmento de mais alta governança da B3 é preciso ter apenas ações com direito a voto.

O executivo afirmou que vai trabalhar para facilitar e acelerar a conversão, e que é possível que a listagem no segmento ocorra ainda em 2017. "Não é certo, mas é possível que isso ocorra ainda dentro desse ano", disse o presidente da Vale, Fabio Schvartsman.

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A principal dúvida do mercado é o que acontecerá com as ações preferenciais que não aderiram à conversão - correspondentes a 15,6% do total desses papéis - e se a Vale poderá realizar uma operação mandatória. "Estamos trabalhando com advogados para entender como fazer a conversão integral", disse Schvartsman.

Os advogados da Vale estão debruçados sobre as opções para atingir os 100% de ações ordinárias exigidos pela B3 (antiga BM&FBovespa) para a migração. As opções são abrir uma segunda janela de conversão voluntária, anunciar uma conversão obrigatória ou simplesmente não fazer nada.

Uma hipótese é que seja convocada uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) dos preferencialistas remanescentes. No caso de aprovação por eles, a conversão seria mandatória. Schvartsman disse não poder precisar qual seria a relação de troca para a conversão nesse caso. "A única coisa que posso garantir é que será dado um tratamento justo a essa questão. Se a taxa será X ou Y não tenho condição de falar, é prematuro", afirmou.

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Uma operação de conversão mandatória ensejaria o direito de retirada da companhia para os acionistas dissidentes. O presidente da Vale garantiu que não será preciso utilizar recursos da mineradora para reembolsar esses investidores. Isso porque o direito de recesso, se houver, é calculado com base no valor patrimonial da participação que, segundo o executivo, hoje é bem inferior ao valor das ações.

"Como as pessoas que não converteram (os papéis preferenciais em ordinários) não eram contra, mas não podiam ou não sabiam (da conversão), a gente acredita que ninguém vai pedir resgate de coisa nenhuma", disse.

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