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Varejistas fazem guerra para desovar estoques de TV na Copa

Até abril, redes já venderam quase 2 milhões a mais de televisores do que no mesmo período de 2013, segundo a associação de fabricantes do setor

Foto do author Francisco Carlos de Assis
Por Francisco Carlos de Assis (Broadcast)
Atualização:

Pagamento do salário e ofertas impulsionaram vendas de TVs no fim de semana Foto: Francisco Carlos de Assis

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Todo ano de Copa do Mundo as vendas de TVs ganham um impulso extra. Mas nesta Copa, a primeira no Brasil desde 1950, as vendas de TVs tiveram um tremendo empurrão. Diante da frustração de muitos brasileiros que não conseguiram comprar ingressos para os jogos, a única opção foi trocar de TV. De olho nessa oportunidade, as redes varejistas travaram nos últimos dias um guerra de promoções para desovar os estoques o mais rápido possível. A intenção é escapar do estrago que a desclassificação da Seleção pode provocar nas vendas. Atraído pelas liquidações, facilidade de crédito e ofertas relâmpago, o consumidor invadiu no último fim de semana as seções de eletroeletrônicos dos supermercados e lojas de departamentos e levou para casa o quanto pôde de aparelhos de TVs. No Carrefour, a categoria de eletrônicos, que abrange aparelhos de TV, vem registrando aumento na demanda desde o início do ano e apresentou recorde de vendas no último fim de semana, informou a rede varejista sem revelar números. Para impulsionar as vendas, a rede ofereceu condições especiais de pagamento no período. Os clientes do cartão próprio da empresa puderam adquirir televisores em 20 vezes sem juros, segundo a rede varejista. Também o diretor-geral do Magazine Luiza, Marcelo Silva, não divulga números, porque a empresa tem capital aberto. Mas assegura que o último fim de semana foi o melhor de todos os tempos da empresa em vendas de aparelhos de TV. "Como estamos convictos de que a Seleção Brasileira vai chegar à final, esperamos manter as vendas em alta no decorrer de junho e começo de julho", disse. Movimento semelhante ocorreu nas Lojas Cem. O superintendente da empresa José Domingos Alves, informou que, de maio de 2013 para maio deste ano, as vendas de televisores cresceram 70%. De junho de 2013 para junho deste ano, o crescimento foi de 90%. "No fim de semana, foi o melhor volume de vendas de todos os tempos." Salário. Na avaliação de Alves, um fator extra contribuiu para o bom desempenho das vendas de TV no último fim de semana. É que o último fim de semana antes da abertura da Copa coincidiu com a data de pagamento do salário. Além disso, redes de lojas fizeram várias promoções, como desconto nas compras a prazo com cartão de crédito próprio e no pagamento à vista. Alves salientou que, na Copa de 2010, não havia tantas opções de modelos e telas finas como há hoje. "Há quatro anos, uma TV de 32 polegadas custava R$ 2 mil. Hoje custa R$ 900. Há modelos de 40, 50 e 60 polegadas com preços inferiores a R$ 2 mil." Pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostra que os preços das TVs recuaram este ano. De janeiro a maio, a inflação na cidade de São Paulo aumentou 3,06% e os televisores ficaram, em média, 5,96% mais baratos. Otimista com o desempenho, o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Lourival Kiçula, informou que as vendas de TVs, de janeiro a abril, cresceram 44,89%, para 5,7 milhões de unidades, ante 3,9 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a expectativa é chegar aos 16 milhões de aparelhos vendidos. Na Copa de 2010 foram 12,2 milhões de TVs.

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