Com menos dinheiro no bolso, o nordestino começa a frear as compras. Segundo fontes do varejo, as vendas nos hipermercados no 1º trimestre foram menores em relação às do mesmo período de 2014 e nos supermercados houve empate.
“Já percebemos que as vendas do 1º trimestre tiveram crescimento menor”, diz o presidente da Associação Baiana de Supermercados, João Andrade. Entre janeiro e março deste ano, a receita avançou 1,8% em relação a 2014, após ter crescido 5% no mesmo período do ano anterior. Essa desaceleração foi perceptível especialmente no interior do Bahia, em regiões ligadas à exploração de óleo e gás e que estão sentindo os efeitos da operação Lava Jato.
Pesquisa da consultoria Nielsen mostra uma forte desaceleração no volume de vendas nos últimos meses no Nordeste. Entre dezembro de 2014 e fevereiro deste ano, as quantidades vendidas de uma cesta com 131 itens, entre alimentos e produtos de higiene limpeza, cresceram 2% em relação ao ano anterior. No mesmo período de 2014, o aumento tinha sido de 9,5%.
Essa piora pode ser explicada porque – assim como no País – o pessimismo com a economia também aumentou no Nordeste.O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor, da Confederação Nacional da Indústria, mostra que em março 76% dos nordestinos esperavam alta da inflação e 64% aumento do desemprego em 6 meses.