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Veículo importado não pode ser considerado ameaça, diz Miguel Jorge

Ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior discorda da política do governo de impor um Imposto sobre Produtos Industrializados mais elevado para veículos importados

Por , Wladimir D'Andrade e da Agência Estado
Atualização:

O ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e sócio da Barral MJorge Consultores Associados Miguel Jorge disse discordar da política do governo da presidente Dilma Rousseff de impor um Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) mais elevado para veículos importados. De acordo com ele, esses produtos representam apenas 4,87% do mercado no País, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva), e por isso não ameaçam a indústria nacional.

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Miguel Jorge afirma que cerca de 80% dos veículos importados pelo Brasil, principalmente do México e da Argentina, chegam pelas montadoras da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). "Os importadores independentes representam um porcentual muito baixo para ameaçar a indústria brasileira", afirmou, em entrevista ao AE Broadcast Ao Vivo.

China

Miguel Jorge afirmou que a China seguirá nos próximos anos como um grande mercado de commodities para o Brasil, mesmo com uma desaceleração da economia do país asiático. De acordo com ele, um crescimento na casa dos 7% da economia chinesa é suficiente para manter as exportações de insumos brasileiros.

"Mesmo com uma redução do crescimento da China de 9% para 7% ao ano, essa ainda é uma taxa que vai demandar muita commodity do Brasil", afirmou, em entrevista ao AE Broadcast Ao Vivo. Além disso, para o ex-ministro, os preços das commodities não devem apresentar fortes variações em 2012. Miguel Jorge disse, no entanto, que ainda é cedo para mensurar o impacto da desaceleração chinesa no comércio com o Brasil.

O ex-ministro disse apostar em uma retomada do crescimento da economia dos Estados Unidos, que no primeiro trimestre apresentou avanço de 2,2% ante 3% no período anterior. "Um crescimento do 0,5% do Produto Interno Bruto dos Estados Unidos no primeiro trimestre já é extraordinário", disse, ao lembrar que um avanço na economia norte-americana traz mais benefícios para a indústria do Brasil do que um crescimento chinês porque os EUA compram do País principalmente manufaturados, enquanto a nação asiática mantém o comércio bilateral com base em commodities.

 

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