PUBLICIDADE

Publicidade

Veja pontos do pacote financeiro e repercussão de analistas

Por Reuters e Efe
Atualização:

Líderes do Congresso dos Estados Unidos chegaram a um acordo neste domingo sobre os pontos do pacote de resgate a Wall Street de 700 bilhões de dólares proposto pelo Tesouro. O projeto, de 106 páginas, foi redigido às pressas durante o fim de semana. Em comparação, a proposta inicial apresentada ao Congresso pelo secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, há uma semana tinha apenas três páginas. Pontos principais: * Os 700 bilhões de dólares serão fornecidos em parcelas. Assim que a primeira de 250 bilhões de dólares for autorizada, o presidente pode requerer mais 100 bilhões de dólares. A parcela final de 350 bilhões de dólares pode ser liberada com uma nova movimentação do Congresso. * Washington assumirá uma participação nas empresas que forem auxiliadas pelo programa, para que os contribuintes possam compartilhar os lucros das companhias se elas se recuperarem. * Será criado um conselho de supervisão do programa, que incluirá o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Ben Bernanke, e o presidente da Securities and Exchange Commission (SEC, comissão de valores mobiliários), Chris Cox, entre outros altos funcionários. * Um limite de compensação será determinado para os chefes das empresas participantes do programa, para evitar pagamento excessivo e evitar que alguém se aproveite da ajuda do governo e depois deixe o cargo. * As empresas que pagarem a seus diretores mais do que US$ 500 mil por ano deverão pagar mais impostos. * O secretário do Tesouro poderá renegociar os termos das hipotecas adquiridas para ajudar os proprietários de casas com problemas para pagar as dívidas, a fim de evitar o despejo de inquilino. * Cláusula exigida pelos republicanos da Câmara dá ao secretário do Tesouro a opção de requerer que os bancos comprem seguros para cobrir sua carteira de títulos vinculados a hipotecas.  Repercussão de analistas: Michael Woolfolk, estrategista sênior, Bank Of New York Mellon, Nova York: "Estou bastante desapontado com o fato de ainda não haver uma palavra final (aprovação) sobre o acordo. Parece que Washington não tem o mesmo senso urgência que os bancos e as mesas de negociação de Nova York e eu não ficaria surpreso se tivermos que esperar por toda a semana para termos um plano final (aprovado). Tendo dito isto, tenho que ressaltar também que é importante que o Congresso não sacrifique a eficiência em nome da urgência. Nós temos apenas uma tentativa para acertar esse plano. Não importa o quão efetivo seja o plano de resgate, pode ser tarde demais para o país evitar uma recessão técnica. Mas ele deve ser suficiente para evitar uma deterioração maior. A verdade é que apesar das injeções coordenadas de dinheiro dos bancos centrais nas últimas semanas, os bancos não estão dando empréstimos. Não há liquidez." Jim Awad, presidente, W.P. Stewart & Co. Ltd, Nova York: A esperança é que o acordo estabilize os mercados financeiros por um tempo. Eu descreveria o plano como necessário, mas não suficiente por si só. O melhor pelo que você deve esperar é que os mercados financeiros se estabilizem e que passemos os próximos dois anos lidando com os problemas reais. Espero uma reação positiva na Ásia e na Europa durante a noite (horário local) e a estabilização dos mercados financeiros dos EUA, (mas) qualquer rali será transitório, porque agora é que o trabalho de verdade começa. Isso (pacote) não é suficiente (para salvar os mercados de crédito). Você provavelmente verá mais ações destruídas (caindo), mais fusões, mais baixas contábeis. Entre agora e a normalidade teremos mais ações destruídas e mais dor." Kathy Lien, diretora de Pesquisa Cambial, GFT Forex, Nova York: "Neste momento, qualquer pacote de ajuda é melhor do que nada. Mas o pacote é apenas um band-aid sobre um problema muito grande. Vai ajudar Wall Street no curtíssimo prazo, mas não ajudará a economia real. A economia dos EUA enfrenta desafios em muitas frentes."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.