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Vendas no comércio caem e inadimplência sobe em São Paulo

Queda nas vendas do varejo foi de 0,75% e a alta na inadimplência chegou a 3,1%, segundo a associação comercial

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Por Márcia De Chiara
Atualização:

O comércio varejista da cidade de São Paulo encerrou o primeiro semestre com duas más notícias: as vendas de junho fecharam o mês no vermelho e a inadimplência do consumidor voltou a crescer.

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Entre as consultas para pagamento à vista e a prazo, o volume de negócios no mês passado caiu, em média 0,75% em comparação como junho de 2013, segundo o balanço da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Em relação a maio, a retração foi ainda maior: 12,9%. 

Junho foi o segundo mês do ano com resultado negativo, depois de abril, que registrou um recuo de quase 7% na comparação anual, mas provocado por vários feriados consecutivos.

Agora, no entanto, houve uma frustração de vendas. Os comerciantes não esperavam um desempenho tão ruim. Segundo o economista da associação comercial, Emilio Alfieri, a queda nos negócios foi resultado de uma série de fatores negativos combinados. “As temperaturas não ajudaram a venda de vestuário da nova coleção, o Dia dos Namorados coincidiu com a abertura da Copa e houve antecipação de férias escolares por causa do evento, o que esvaziou o comércio.” Tudo isso, observa o economista, num cenário de perda de confiança do consumidor, afetado pela inflação em alta e sem avanços significativos na renda.

Até mesmo os itens relacionados ao Mundial não repetiram o desempenho de Copas passadas. Em 2010, lembra o presidente da associação, Rogério Amato, as vendas a prazo em junho aumentaram 10% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Mas em 2010, a economia crescia a 7,5%, lembra Alfieri. Para 2014, a projeção do PIB gira em torno de 1%. “Esse desempenho do varejo é compatível com o ritmo atual da economia”, observa o economista. 

O fraco desempenho do varejo é nítido no resultado do semestre. Entre janeiro e junho, as vendas cresceram, em média, 2,35% em relação ao 1º semestre de 2013. “Esse resultado reflete os meses de altos e baixos para o comércio, o aumento de juros e a menor segurança no emprego”, diz Amato.

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O que chama atenção nesse resultado é que se trata um crescimento modesto sobre uma base muito fraca. Por causa das manifestações de junho, as vendas do 1º semestre de 2013 cresceram apenas 0,2% em comparação a 2012.

Luz amarela. Mesmo com o maior rigor na aprovação de crédito, a inadimplência do consumidor, que vinha recuando, voltou a subir em junho. No mês passado, o número de financiamentos com pagamento atrasado acima de 30 dias aumentou 3,1% em relação a junho de 2013 e 18,3% na comparação com maio. Com menos renda, a renegociação de dívidas pendentes caiu 12,3% em junho em comparação a maio e aumentou só 1,9% em relação a junho de 2013. “Acendeu a luz amarela da inadimplência”, diz Alfieri.

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