A taxa de água e esgoto teve a maior contribuição individual na medida oficial da inflação, o IPCA, de maio em São Paulo, com aumento de 41,90%, depois de a Sabesp acabar no mês passado com o bônus de desconto para quem economizasse água. Quem mora na região metropolitana da capital relata que as contas aumentaram mais de R$ 10.
O publicitário Victor Sevilha, de 27 anos, pagava R$ 25 quando o bônus de desconto da Sabesp ainda estava em vigor. Com o fim do desconto, ele, que mora com a mãe em São Mateus, zona leste de São Paulo, passou a desembolsar R$ 40. “A gente voltou a pagar o mesmo valor de antes do bônus”, conta.
Sevilha, que ficava sem água em sua casa a noite toda na época em que estava acontecendo o racionamento, considera o fim do bônus ruim, porque era uma medida que fazia a população economizar. “Acabar com isso faz com que a gente não economize tanto.”
Já o analista de mídias sociais Ricardo Maciel, de 31 anos, teve um aumento de quase R$ 20 em sua conta de água do mês de maio. “Minha conta foi de R$ 69,90 para R$ 90.”
O aumento aconteceu, segundo Maciel, mesmo mantendo o padrão de consumo em sua casa, onde mora com sua mãe, dois irmãos e dois sobrinhos. Na época da baixa dos reservatórios de água de São Paulo, a família passou a reutilizar a água com que lavava a roupa para limpar o quintal e a tomar banhos mais rápidos, além de ensinar as crianças a escovar os dentes com a torneira desligada. Com a alta da taxa de água e esgoto, o IPCA de São Paulo foi de 0,93%, o maior patamar para o período desde 1996, quando foi de 1,18%.