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Votar contra a União Europeia não trará melhor acordo para Grécia, diz Eurogrupo

Declaração do holandês Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, contraria principal argumento do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, ao fazer campanha pelo 'não'

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Por Redação
Atualização:
Presidente do Eurogrupo, o holandês Jeroen Dijsselbloem Foto: EFE/Bart Maat

Um voto contrário às condições impostas pela União Européia não trará um acordo melhor para a Grécia, afirmou nesta quinta-feira, 2, o presidente do Eurogrupo, o holandês Jeroen Dijsselbloem. A declaração é uma clara resposta ao primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, que urgiu a população a votar "não" no plebiscito de domingo como forma de forçar o bloco econômico a oferecer melhores condições de negociação para o país. 

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A afirmação do chefe do Eurogrupo veio logo depois de Tsipras adotar duas estratégias completamente opostas em um só dia. Em menos de 24 horas, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, passou de negociador a desafiante da União Europeia. Na terça-feira, ele havia enviado carta aos principais credores da Grécia - entre eles o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) - afirmando seu compromisso em realizar os cortes impostos pela União Europeia, incluindo medidas impopulares na Grécia, como novas altas de impostos e cortes em benefícios sociais. No Twitter e na televisão, no fim da tarde de quarta, o discurso novamente virou.

O primeiro-ministro voltou a defender o voto no "não" às condições impostas pela União Europeia ao país para a permanência no bloco econômico e na zona do euro no plebiscito marcado para o próximo domingo. "Nós devemos aos nossos pais, aos nossos filhos, a nós mesmos. É o nosso dever. Nós devemos à história", disse Tsipras, que pertence ao partido de extrema esquerda Syriza e assumiu o poder em janeiro. "Vamos virar a página, garantindo a democracia e a nossa convicção em um novo acordo."   Na carta aos credores, escrita um dia antes, a posição mais benevolente do governo grego vinha acompanhada de um pedido: € 29 bilhões em empréstimos para cobrir todo o pagamento de serviço da dívida grega pelos próximos dois anos. Na quarta, no entanto, o Eurogrupo não aceitou negociar nos termos propostos pelo primeiro-ministro.

Além de Tsipras, o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, disse que irá renunciar ao cargo se o plebiscito resultar em um voto pelo "sim" - o que significa que os gregos estariam dispostos a aceitar as condições impostas por credores para o socorro financeiro do país.

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