FLORIANÓPOLIS - Os desvios de conduta nos fundos de pensão - evidenciados, por exemplo, na operação Greenfield da Polícia Federal, que teve como foco Previ, Petros, Funcef e Postalis - são pontos fora da curva do sistema, afirmou o presidente da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), José Ribeiro Pena Neto.
"Era um clamor que existia dentro da Abrapp a necessidade de apuração. O lado positivo é que se apurem de onde houve os desvios de conduta para serem punidos, para ficar caracterizado de onde veio o desvio para não haver a conclusão de que foi algo generalizado", destacou, em coletiva de imprensa.
O déficit dos fundos de pensão no fim de junho alcançou R$ 84 bilhões, ante um déficit de R$ 76,7 bilhões em dezembro, de acordo com dados divulgado nesta segunda-feira pela Abrapp.No primeiro semestre do ano, a rentabilidade da carteira chegou em 8,44%.
Os planos BD, que são os de benefício definido, ficaram com rentabilidade de 8,28%, o que, explica o presidente da entidade, o aumento do déficit no semestre.
Para o ano, a Abrapp estima que a rentabilidade fique entre 12,93% e 19,34%, o que depende, disse Pena Neto, do desempenho do portfólio de renda variável. O cenário mais pessimista coloca a Bolsa em 48,7 mil pontos e o mais otimista, o Ibovespa está em 65,9 mil pontos.
Atenta à necessidade de melhorar a transparência dos fundos, a Abrapp lançará em seu Congresso que começa nesta segunda-feira, em Florianópolis, o seu primeiro Código de Governança de Investimentos, de adesão voluntária dos fundos. Caso optem por aderir, os fundos deverão se comprometer a cumprir os itens do manual e receberão um selo.