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Dever que supera o cargo na companhia

Líderes de organizações debatem a responsabilidade nas decisões tomadas por diretores e conselheiros de empresas

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Por Redação
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Atuar com diligência e sem conflito de interesses faz parte da conduta de um executivo à frente de uma empresa. Caso contrário, ele pode responder com os próprios bens por prejuízos causados à companhia ou terceiros. De acordo com Celso Giacometti, membro do conselho de administração do Santander Brasil, dirigir uma empresa pressupõe assumir riscos. Dessa forma, os administradores têm de ter um compromisso com a competência, na busca pelo equilíbrio entre a "execução e os riscos, tendo em vista a realização dos objetivos de longo prazo da empresa". Sócio fundador do escritório Souza Cescon, Marcos Flesch alerta que o administrador não é obrigado a tomar sempre a decisão certa. Ele deve, porém, estudar os riscos e se informar para tomar decisões. "O administrador não deve ser responsabilizado por tomar a decisão errada, se ela for uma decisão de negócios", afirma. No Brasil, o nível de consciência da responsabilidade do administrador tem aumentado em função dos processos contra executivos investigados na Operação Lava Jato. Diretor de Negócios Estratégicos da CSN, Richard Blanchet defende que tão importante quanto punir executivos que não atuaram como o esperado, é absolver aqueles que fizeram "o dever de casa". "Casos em que administradores passam a responder com seus próprios bens, mesmo tendo atuado como se esperam deles, isto é, sem conflito de interesses, com diligência, é um desserviço à sociedade brasileira", afirma. Diante da possibilidade do administrador ser responsabilizado por prejuízos em uma empresa, o ex-diretor jurídico do BankBoston, José Luis Leite Doles, alerta que o executivo deve se informar sobre a governança de uma empresa antes de assumir cargos de direção. "Não se deve ter medo de fazer perguntas diretas, pois se o executivo não faz isso ele se omite. Depois, não adianta chorar o leite derramado", afirma.

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