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Lei de Responsabilidade Fiscal vale para todas as esferas do governo, diz ministro do TCU

Relator do processo que avalia as contas de 2014 da presidente Dilma, ministro Augusto Nardes usa caso das 'pedaladas fiscais' para pregar práticas de boa governança em todas as esferas

Por Gabriela Lara
Atualização:

Em palestra na manhã desta quinta, 2, para representantes de Prefeituras do Rio Grande do Sul, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes, relator do processo que avalia as contas da presidente Dilma Rousseff referentes ao ano de 2014, usou o caso em andamento para pregar práticas de boa governança em todas as esferas.

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"O governante só pode gastar o que tem. A lei tem que valer para o prefeito, o governador e a presidenta. A grande questão é como fazer a cooperação entre União, Estado e municípios, colocando a sociedade em primeiro lugar", disse durante sua apresentação. "Não aprovei as contas da presidente, mas poderia ter sido com qualquer governante, porque o princípio (da Lei da Responsabilidade Fiscal) é o mesmo para todos."

De acordo com o ministro, se não houver planejamento, o dinheiro será mal aplicado, seja no âmbito municipal, estadual ou federal. "É preciso ter boas práticas de governança, isso é essencial para garantir competitividade ao País", disse.

No mês passado, o TCU fixou prazo de 30 dias para que a presidente Dilma Rousseff explique pessoalmente, por ofício, irregularidades de R$ 281 bilhões no balanço apresentado pelo governo federal em 2014, entre elas as chamadas "pedaladas fiscais", no valor de R$ 37,1 bilhões.

O ministro do TCU Augusto Nardes Foto: Diogo Xavier/Divulgação

Em Porto Alegre, o ministro falou para uma plateia formada basicamente por políticos e gestores públicos, no 35º Congresso de Municípios do Rio Grande do Sul. No auditório com capacidade para pelo menos 500 pessoas, somente um terço estava ocupado.

Ele lembrou que o TCU encontrou 31 itens com irregularidades nas contas do governo, mas pediu para que a presidente preste esclarecimentos sobre os 13 mais críticos, entre eles as "pedaladas fiscais". "O que são as pedaladas? É como usar um cheque especial sem contrato, sem autorização. É o que foi feito com quase R$ 40 bilhões", disse.

Segundo ele, no entanto, o mais grave foi o governo não ter feito em 2014 o contingenciamento de despesas da União no montante de pelo menos R$ 28,54 bilhões, que estava previsto. "A sociedade não tinha conhecimento disso. Deveria ter feito (o contingenciamento) e, além de não fazer, o governo liberou R$ 10 bilhões para fechar as contas do ano passado", argumentou. Ele também disse que o Brasil precisa recuperar a credibilidade para poder atrair investimentos, tanto internos quanto externos.

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