Acionista da Brasil Telecom pede rejeição à proposta de incorporação

Polo afirma deter 0,85% das ações representativas do capital social da Brasil Telecom

A Polo Capital Management, gestora de fundos de investimento, publica hoje anúncio em jornal afirmando que os acionistas da Brasil Telecom (BrT) devem rejeitar a proposta de incorporação da empresa pela Telemar Norte Leste (Oi), "com uma relação de troca modificada em relação à proposta original, por problemas técnicos e legais". A Polo, que afirma deter 0,85% das ações representativas do capital social da Brasil Telecom, afirma no anúncio que "as proposições implícitas na proposta modificada são ao mesmo tempo uma afronta e uma ameaça ao pujante mercado de capitais que o Brasil está tentando construir". A assembleia geral ordinária para deliberar sobre as relações de troca entre as ações da BrT e da Telemar, que serão usadas na etapa final da reorganização societária do grupo Oi, está convocada para 16 de junho. A proposta é de 0,3955 ação ordinária da Telemar para cada ação ordinária da BrT e de 0,2191 ação preferencial classe C da Telemar para cada ação preferencial da BrT, conforme fato relevante em 25 de março. De acordo com a Polo, não foi atendido um dos "requisitos mínimos para a realização da assembleia de incorporação: a divulgação de um laudo de avaliação para dar suporte à deliberação". A Telemar, segundo a Polo, forneceu apenas uma documentação chamada de "material para discussão" do conselho de administração, elaborada por um banco com base em dados fornecidos pela própria Telemar, "os quais não foram objeto de verificação". "A metodologia utilizada também foi escolhida pela Telemar e o banco avaliador, em suas próprias palavras, 'não garante que a metodologia solicitada é a mais adequada'." A Polo afirma ainda no anúncio que "outra anomalia" identificada no material fornecido pela Telemar propõe "para si mesma o excepcional poder de voltar no tempo. Ela aplica a nova relação de troca ao momento anterior àquele da divulgação do anúncio de fato relevante que informou a aquisição do controle da BrT e da proposta de incorporação dessa sociedade em 25 de abril de 2008. Ou seja, a relação de troca é de mais de dois anos atrás, de forma a preservar os acionistas da Telemar do ajuste contábil. Com esse expurgo retroativo, a despeito de hoje deter 50% da BrT, os efeitos não se aplicam à Telemar, não ensejando ajuste algum nessa companhia."