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Bolsa de Buenos Aires fecha em alta de 7% à espera de acordo para evitar calote

Segundo os investidores, a longa duração das conversas entre o governo argentino e os credores sinaliza que um acordo pode acontecer

Foto do author Altamiro Silva Junior
Por Altamiro Silva Junior (Broadcast) e correspondente
Atualização:
Ministro da economia da Argentina chegou ao escritório do advogado mediador nomeado por um tribunal dos EUA, pra dar continuidade às negociações Foto: John Minchillo/AP

NOVA YORK - A bolsa de Buenos Aires fechou em forte alta de quase 7% nesta quarta-feira, 30, na expectativa de um acordo entre o governo argentino e credores para evitar a quebra do país. 

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Fonte ouvidas pelo Wall Street Journal afirmam que as ações subiram porque a longa duração das conversas na terça-feira entre as partes envolvidas na questão sinaliza que um acordo pode acontecer. "Os investidores acreditam que a duração da reunião indica algo, que eles vão encontrar uma solução", disse Peter Lannigan, operador da corretora CRT Capital Group LLC.

O ministro da Economia da Argentina, Axel Kicillof, está reunido na tarde desta quarta com o advogado Daniel Pollack, mediador designado pelo juiz federal Thomas Griesa para as negociações entre a Casa Rosada e os fundos credores dos Estados Unidos sobre a dívida do país. Ele chegou ao escritório por volta das 12h (de Brasília) e não há previsão de término do encontro.

Na chegada, Kicilloff não falou com a imprensa, apenas sinalizou que poderia dar declarações depois da reunião. Pollack passou rapidamente pela entrada cheia de jornalistas de várias partes do mundo e disse apenas que tem a esperança de um acordo ser alcançado.

Termina nesta quarta o prazo para a Argentina pagar US$ 1,3 bilhão aos fundos dos EUA chamados de "holdouts", conforme sentença da Suprema Corte dada em 16 de junho. O limite para o pagamento será às 18h (de Brasília), quando fecham o mercado financeiro e bancário em Nova York. Sem pagar este valor, o país não pode pagar outros US$ 539 milhões aos fundos que aderiram à reestruturação de sua dívida em 2005 e 2010, conforme a determinação de Griesa.

Kicillof chegou a Nova York na tarde de terça, vindo da Venezuela, e foi direto para a reunião com Pollack, que durou cerca de cinco horas, acabando pouco depois da meia-noite. Em rápida entrevista, o ministro disse que o tema está sendo discutido com "seriedade", mas não deu outros detalhes das negociações.

A reunião de ontem foi a primeira em que o governo argentino sentou à mesma mesa que os representantes dos "holdouts". Até então, as duas partes vinham tendo conversas separadas com Pollack. 

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(Com Dow Jones)

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