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Bolsa fecha em leve queda e dólar fica estável

Bovespa recuou 0,04%, em baixa contida pelo avanço das ações da Petrobrás; dólar encerrou o dia a R$ 3,16

Por Paula Dias e Ana Luísa Westphalen
Atualização:

O principal índice de ações da Bovespa fechou em leve queda nesta segunda-feira, 8, com investidores cautelosos após oito semanas consecutivas de ganhos, tendo no radar desdobramentos políticos e a safra de balanços. O Ibovespa caiu 0,04%, a 57.635 pontos. Entre a mínima e a máxima, o índice à vista oscilou pouco, dos 57.504 pontos (-0,27%) aos 57.917 pontos (+0,44%). O giro financeiro foi mais fraco e somou R$ 5,05 bilhões. No mês de agosto, a Bolsa acumula valorização de 0,57%, e no ano, alta de 32,96%. A alta das ações da Petrobrás, em meio ao avanço dos preços do petróleo e melhora de recomendação para seus papéis, atenuou o viés negativo do Ibovepsa. A estatal divulga resultado trimestral nesta semana.

Já o dólar terminou o dia estável, cotado a R$ 3,1696 após ter caído 2,24% na semana passada, com o bom humor nos mercados externos ofuscando preocupações sobre o cenário político. Pela manhã, um movimento de realização dos lucros recentes levou a cotação à máxima de R$ 3,1893 (+0,63%). Por outro lado, o fluxo positivo, a alta do petróleo e o sentimento otimista com os dados de emprego nos Estados Unidos divulgados na semana passada contribuíram para absorver a pressão de alta. Na mínima, a cotação foi aos R$ 3,1595 (-0,32%).

Investidores estão cautelosos com a Bolsa após 8 semanas seguidas de alta Foto: Amauri Nehn

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O mercado não chegou a precificar as notícias do fim de semana sobre delações de executivos da Odebrecht envolvendo o presidente interino, Michel Temer, e o ministro das Relações Exteriores, José Serra, no âmbito da Operação Lava Jato. Apesar da cautela, os investidores optaram por apenas monitorar os desdobramentos do caso. 

À tarde, o líder da oposição no Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ), afirmou que o PT vai pedir ao Supremo Tribunal Federal que adie a votação de amanhã da sentença da pronúncia da presidente afastada, Dilma Rousseff. O argumento do petista é que, se Temer for efetivado na presidência, ele não poderá ser investigado pela Lava Jato. 

A fala de Lindbergh repercutiu fortemente nas mesas de negociação, mas também não teve reflexo nas cotações. Os agentes do mercado também acompanharam a entrevista do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que falou sobre a renegociação das dívidas dos Estados e as mudanças na Lei de Responsabilidade Fiscal. Meirelles refutou acusações de que o governo federal teria recuado nas negociações do Projeto de Lei Complementar (PLP) 257, que trata do acordo da dívida dos Estados. "Não houve retirada nem enfraquecimento das contrapartidas", afirmou.

Mercado de ações. Entre os destaques positivos, as ações da Petrobrás avançaram 3,70% (ON, com direito a voto) e 2,23% (PN, preferência no recebimento de dividendos), na esteira da valorização de mais de 2,0% dos contratos futuros de petróleo no mercado internacional. O papel também foi beneficiado por uma melhora da avaliação por parte de instituições financeiras. O Santander, por exemplo, elevou a recomendação da estatal de manutenção para compra, com preço-alvo de R$ 20 para as ON, o que representa um potencial de ganho de 50,8% ante o fechamento da última sexta-feira. O Bradesco BBI, por sua vez, vê a companhia como outperform (acima da média do mercado). 

Os papéis da Vale também subiram, mas em ritmo mais moderado, apoiados na alta do minério e em dados da balança chinesa. Por outro lado, os bancos pesaram, assim como as siderúrgicas, impedindo o índice à vista de terminar no azul. Em Wall Street, o dia foi de realização de lucros.

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