A Bolsa ficou na lanterna dos investimentos em maio, fechando o mês em queda de 4,12%. No último pregão do mês, o Índice Bovespa recuou 1,96%, aos 62.711,47 pontos. O dólar, por outro lado, subiu 1,71% no mesmo período e ficou em terceiro lugar no ranking. O melhor investimento de maio foi o euro, que valorizou quase 5% ante o real.
Ao longo do mês de maio, o Ibovespa vinha subindo e chegou ao dia 17 de maio com valorização de 3,27%, momentos antes da revelação da delação feita por executivos da JBS no âmbito da Operação Lava Jato, incluíndo uma denúncia contra o próprio presidente Michel Temer.
No dia seguinte à revelação, o índice fechou em queda de 8,80%, chegando a recuar mais de 10% durante os negócios e acionando o mecanismo de interrupção dos negócios, o chamado circuit breaker, pela primeira vez desde 2008.
A avaliação de que as reformas econômicas devem avançar no Congresso ajudaram a conter as perdas na Bolsa, mas ainda há incertezas quanto aos rumos da reforma trabalhista e da reforma Previdência. Para aprovar as mudanças na aposentadoria, o governo cogitaria até mesmo um plano alternativo, medida rejeitada por Temer e pela equipe econômica.
Segundo o administrador de investimentos Fábio Colombo, as incertezas devem continuar sobre o mandato de Temer e o avanço das reformas no Congresso, por isso a recomendação é de cautela. Para ele, é momento de compra gradativa das ações que integram o Ibovespa, pois seus preços estão convidativos para quem pensa no longo prazo.
Na renda fixa, os títulos do Tesouro Direto indexados à inflação tiveram aumento na parte prefixada de sua taxa, o que os torna mais atrativos. Por outro lado, a chamada marcação a mercado - ou o quanto o Tesouro paga ao investidor por esses papéis - foi bastante volátil no mês, reagindo à crise política. Vale lembrar que a rentabilidade permanece a contratada para quem mantiver esses títulos na carteira.
Tensão motivada pelo exterior. Motivados pelo recuo do preço do minério de ferro no exterior, os papéis da Vale encerraram o dia em baixa de 4,69% (ON) e 4,33% (PN). No mês, a queda é de 0,76% (ON) e de 1,49% (PN). Isso pesou no desempenho do Ibovespa, já influenciado pelo mau humor nas Bolsas de Nova Yorkpor conta de indicadores econômicos que não responderam conforme o esperado.
As ações da JBS, por outro lado, subiram 8,51% no último dia do mês após a J&F, controladora da empresa, fechar um acordo de leniência de R$ 10,3 bilhões com o Ministério Público Federal (MPF). No mês, porém, os papéis do frigorífico recuaram 21,56%.
As ações da Petrobrás encerraram o dia em baixa de 3,03% (ON) e 2,25% (PN). No mês, o recuo é de 4,32% (ON) e 6,51% (PN).