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Bolsa sobe e dólar cai em dia de reforma ministerial

Moeda americana recuou para R$ 3,94, enquanto a Bolsa fechou em alta de 3,80%, com destaque para as empresas estatais

Por Fabrício de Castro
Atualização:

Texto atualizado às 17h30

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A reforma ministerial anunciada pela presidente Dilma Rousseff abriu espaço nesta sexta-feira, 2, para a queda do dólar e alta da Bovespa. A moeda americana fechou em queda de 1,18%, cotada aos R$ 3,9430. Na semana, a moeda acumulou baixa de 0,66%. Já a Bolsa subiu 3,80%, aos 47.033 pontos, com destaque para as ações das empresas estatais.

A mudança de ministros, acompanhada pelo anúncio de cortes de Pastas, secretarias e salários, foi bem recebida pelos investidores, que também reagiam desde cedo aos números do mercado de trabalho dos Estados Unidos.

No início do dia, o dólar chegou a subir em alguns momentos, tendo atingido a máxima de R$ 4,0420 (+1,30%) às 10h40. O viés positivo era resultado da expectativa em torno do anúncio da reforma ministerial. A notícia de que seriam extintos oito ministérios - e não mais dez, como anunciado anteriormente - trouxe um pouco de pressão de alta para o dólar. 

Investidores esperam um cenário político menos turbulento Foto: Estadão

Na outra ponta, os dados de hoje do relatório de empregos nos EUA fizeram a moeda perder força. Isso porque os números foram piores que o esperado, reduzindo as chances de alta de juros nos EUA no fim de outubro. A economia americana criou 142 mil vagas de emprego em setembro, ante a previsão de 200 mil. A criação de vagas em agosto foi revisada de 173 mil para 136 mil, enquanto a de julho passou de 245 mil para 223 mil. 

Com o anúncio dos detalhes da reforma promovida por Dilma - uma espécie de "pacote político" para recuperar o apoio da base e a confiança dos agentes econômicos -, o dólar acabou virando para o negativo e se firmando em baixa à tarde. Dilma cortou oito ministérios, acabou com 30 secretarias das Pastas remanescentes, fechou 3 mil cargos na máquina pública e reduziu em 10% os salários dos ministros. Dilma também passará a ganhar 10% menos. Entre os ministérios remanescentes, sete foram para as mãos do PMDB. E Aloizio Mercadante foi deslocado da Casa Civil - onde tinha influência na política econômica - para a Educação.

As mudanças, na visão do mercado financeiro, podem ajudar a recuperar a governabilidade. E com o aumento do cerco em torno do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, com os indícios de que ele possui recursos na Suíça, os investidores também enxergaram vantagens políticas para a presidente. Cunha, aliás, não se pronunciou diretamente sobre a acusação de que ele e familiares teriam contas na Suíça.

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Bolsa. Com essa leitura, as ações das estatais estiveram entre os papéis que mais subiram hoje, afetados ainda por um forte recuo recente. Petrobrás PN disparou 10,68%, maior alta do Ibovespa, e Petrobrás ON, 9,32%. BB ON avançou 6,77%, Eletrobras ON, 7,69%, e Eletrobras PNB, 6,40%. Vale ON, 3,48%, Vale PNA, 3,88%, Bradesco PN, 3,78%, Itaú Unibanco PN, 4,06%, Santander unit, 4,18%.

Em Nova York, o Dow Jones terminou o dia em alta de 1,23%, aos 16.472,37 pontos, o S&P avançou 1,43%, aos 1.951,36 pontos, e o Nasdaq teve valorização de 1,74%, aos 4.707,78 pontos. Na semana, acumularam, respectivamente, 0,97%, 1,04% e 0,45%.

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